O acordo preliminar atingido entre a China e os EUA na mais recente ronda de negociações comerciais é “encorajador”, podendo levar ao término da disputa entre as duas partes, segundo líderes de negócios e especialistas.
Um acordo parcial, se selado, não implica necessariamente que a questão comercial seja resolvida de vez. Esforços conjuntos serão necessários para responder aos potenciais desafios no futuro, segundo os analistas.
As delegações chinesa e estadunidense alcançaram, após dois dias de conversações intensivas em Washington, o que pode ser chamado de “progresso substancial” em diversas áreas, incluindo agricultura e proteção da propriedade intelectual.
“Com as nossas equipes alcançando progressos em algumas partes do acordo em causa, é importante que as preocupações da outra parte sejam tidas em consideração e que possamos rumar de forma positiva em direção a outras áreas”, disse o presidente Xi Jinping em uma mensagem destinada ao seu homólogo, Donald Trump.
Trump, em um encontro no Salão Oval com o vice-primeiro-ministro Liu He, disse: “Concordamos plenamente que o restabelecimento da relação econômica China-EUA é algo positivo para a China, os EUA e para todo o mundo, e estamos a firmar vários progressos rumo a uma direção positiva”.
Trump, inquirido pelo Diário do Povo após o encontro com Liu relativamente à cessação de uma lista negra cada vez maior de empresas chinesas, disse: “Iremos consultar a lista negra e deliberaremos sobre as empresas que devem ou não ali constar”.
Li Yong, vice-diretor da Associação Chinesa do Comité de Especialistas de Comércio, disse que o resultado da última ronda de conversações de alto nível provou uma vez mais que “não existem vencedores na guerra comercial, a cooperação é a única via.
Li afirma que ambas as partes adotaram uma atitude pragmática e racional, e que os seus consensos em algumas áreas serão úteis durante os passos seguintes.
O Conselho de Negócios EUA-China (USCBC, na sigla inglesa) anunciou estar satisfeito que os EUA e a China tenham atingido “uma primeira fase preliminar do acordo comercial” na sexta-feira, acompanhada da suspensão de aumento tarifário por parte dos EUA previsto para terça-feira.
“Esta é uma primeira fase encorajadora”, disse Craig Allen, presidente do USCBC. “Aguardamos instruções em como a implementação será posta em prática e durante que espaço de tempo, bem como detalhes sobre o agendamento de fases subsequentes”.
Na semana passada, os EUA acrescentaram à sua lista negra 28 entidades chinesas por alegadamente estarem envolvidas em “violações e abusos de direitos humanos”. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse na terça-feira que a China condena tal ação, alegando que tais acusações por parte dos EUA são meramente pretextos.
Os índices de Wall Street dispararam na sexta-feira, logo após a conclusão das negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.