Xi e Macron prometeram expandir a cooperação, reafirmaram o apoio ao pacto de alterações climáticas
A China e a França assinaram acordos comerciais na quarta-feira (6) que totalizaram $US15,1 bilhões em domínios como aviação, energia, agricultura e finanças para reforçar a sua cooperação, e prometeram salvaguardar em conjunto o multilateralismo e o comércio livre.
O presidente Xi Jinping e o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, testemunharam a assinatura dos documentos de cooperação após as suas conversações no Grande Salão do Povo em Beijing. Macron, em sua segunda visita de Estado à China desde que assumiu o cargo em 2017, também participou da cerimônia de abertura da segunda Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, na sigla em inglês), em Shanghai.
Os dois países lançaram ainda uma iniciativa que reafirma o seu forte apoio ao acordo climático da ONU em Paris, a partir do qual os Estados Unidos iniciaram o seu processo formal de saída esta semana. Xi disse a Macron que os dois líderes haviam enviado "um forte sinal ao mundo sobre a manutenção constante do multilateralismo e do comércio livre, bem como trabalhar juntos para construir uma economia mundial aberta".
A China e a França, enquanto dois membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, deverão assumir mais responsabilidades e exercer as suas funções como grandes países, e salvaguardar conjuntamente o sistema internacional com a ONU no centro, a ordem internacional baseada no direito internacional, e o regime comercial multilateral com as regras da Organização Mundial do Comércio como pilar, disse Xi.
Macron disse que o seu país está pronto para trabalhar com a China para pressionar que as reformas da OMC sejam realizadas em breve. Ele destacou a importância de reforçar a cooperação entre a China e a União Europeia num mundo incerto, e disse que a França está disposta a promover os laços entre a UE e a China para intensificar as negociações sobre o acordo de investimento entre a China e a UE.
Este ano marca o 55º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos entre as nações, e os dois líderes prometeram elevar a relação sino-francesa para um nível mais elevado.
Falando em uma coletiva de imprensa com Macron, Xi pediu para aumentar a confiança política mútua entre os países e tomar ações reais para cumprir seus compromissos de respeitar uns dos outros a soberania, integridade de território, interesses fundamentais e preocupações principais.
Beijing continua empenhada em desenvolver uma cooperação de grandes projetos com a França no domínio da energia nuclear, da aviação e do aeroespaço, e encoraja as empresas chinesas a explorar o potencial da cooperação de países terceiros com os seus homólogos franceses, afirmou Xi.
Dizendo que a nação está disposta a trabalhar com a França para expandir o comércio bilateral e o investimento recíproco e defender conjuntamente as regras do mercado e princípios de jogo justo, Xi expressou a esperança de que a França não tomaria políticas discriminatórias contra a China.
Os dois países devem trabalhar em conjunto para reforçar o alinhamento da Iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” com a estratégia de conectividade Eurasiana, aprofundar a cooperação para a inovação para garantir o desenvolvimento sustentável, e promover o intercâmbio e a aprendizagem mútua entre culturas chinesas e francesas, disse Xi.
Segundo o Ministério do Comércio, o comércio bilateral atingiu $US62,9 bilhões em 2018, um aumento de 15.5 por cento ao ano. No final do ano passado, o investimento da França na China foi de mais de $17.5 bilhões em mais de 5,600 projetos.
Falando aos líderes empresariais dos dois países na cerimônia de encerramento do Fórum Econômico China-França, Xi afirmou que o desenvolvimento da China oferece boas oportunidades às empresas francesas e europeias. “A China abre a porta ao mundo como sempre, e espero que a França e a Europa abram também as suas portas aos investidores chineses e lhes proporcionem condições de concorrência equitativas”, afirmou ele.
Xi e Macron testemunharam igualmente a assinatura de uma declaração conjunta sobre a conclusão das negociações entre a China e a União Europeia a respeito de um acordo sobre indicações geográficas, que protege os produtos contra a utilização abusiva ou imitações de denominações registadas e garante que o produto original chegue aos consumidores. Espera-se que o acordo resulte em benefícios comerciais recíprocos e na procura de produtos de alta qualidade de ambas as partes.
Também na quarta-feira, o Primeiro-Ministro Li Keqiang reuniu-se com Macron, exigindo o reforço da cooperação econômica bilateral, bem como a coordenação estratégica nos assuntos internacionais.
