Uma exposição realizada no Museu Nacional da China apresenta o antigo sistema de escrita da China em ossos oraculares para um público contemporâneo mais amplo, relata Lin Qi.
Zao Wou-ki, artista chinês-francês falecido, disse no início da década de 1950 que embora Paris tivesse uma inegável influência artística em seu trabalho, ele também estava gradualmente redescobrindo a China.
Naquela altura, Zao estava morando na capital da França há vários anos depois de se mudar de Hangzhou, província de Zhejiang, onde ele lecionou na Academia de Artes da China. Enquanto ele admirava a vanguarda dos movimentos artísticos predominantes na Europa, ele também se inspirou a voltar às suas raízes culturais.
“ A China é inerente a todas as minhas telas recentes. Paradoxalmente, é a Paris que devo esse retorno às minhas origens profundas", disse Zao.
Especificamente, ele se referia a caligrafia chinesa e escrita em ossos oraculares, a forma mais antiga conhecida de escrita chinesa que remonta a 3.000 anos.
O pai de Zao, um rico banqueiro e colecionador de antiguidades e obras de arte, acumulou um conjunto de ossos oraculares com inscrições, e seu meticuloso estudo alimentou o interesse precoce de seu filho por esses caracteres primitivos da China.
Zao introduziu as formas simples e claras desses petroglifos em suas pinturas para desenvolver sua obra.
Como Zao, que foi inspirado a criar suas pinturas de osso oracular que são colecionadas avidamente por museus e compradores particulares de todo o mundo, os artistas e designers contemporâneos descobriram maneiras cada vez mais diversas de trazer um moderno renascimento de escrita em ossos oraculares.
O Museu Nacional exibe mais de 190 ossos oraculares e artefatos arcaicos de bronze, obras de cerâmica e objetos de jade referente à história das eras Shang e Zhou.