A China irá esforçar-se por alcançar um acordo de comércio fase um com os Estados Unidos, uma vez que as duas partes permanecem em estreita comunicação, disse o Ministério do Comércio na quinta-feira (21).
O Ministério fez a observação depois que negociadores de alto comércio de ambos os países concordaram ao telefone no sábado (16) em manter os canais de comunicação abertos após discussões "construtivas" sobre as principais preocupações um do outro para a fase um do acordo.
Embora os detalhes das negociações não tenham sido divulgados, Gao Feng, porta-voz do Ministério, disse que a China está pronta para trabalhar com os EUA com base na igualdade e respeito mútuo para abordar adequadamente as preocupações fundamentais um do outro e se esforçar para chegar ao acordo preliminar.
O ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, disse que espera que as consultas comerciais sino-americanas sejam bem sucedidas. Ele fez a observação no Fórum da Nova Economia em Beijing na quinta-feira.
Em resposta à chamada teoria da ameaça chinesa, Kissinger disse que a China apresentou sua própria estratégia de desenvolvimento, que não pode ser considerada uma ameaça. Segundo ele, os dois países devem lidar adequadamente com as suas diferenças, reforçar o diálogo e a cooperação e esforçar-se por minimizar os impactos negativos.
"Apesar de suas diferenças, nenhum dos lados está disposto a cortar o outro como parceiro comercial", disse Xu Yingxin, vice-presidente do Conselho Nacional de Têxteis e Vestuário da China (CNTAC), adicionando sentimento de consumidor pode potencialmente adicionar pressão política para mediar um acordo.
Ele sublinhou que o comércio bilateral deve ser uma prioridade para a China e os EUA, e os consumidores são os maiores perdedores quando as tarifas são elevadas.
Afetado pelas tensões, o comércio entre a China e os EUA caiu 10.6% ao ano para 3.07 trilhões de yuans ($436.28 bilhões) nos primeiros dez meses ao ano, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas (AGA).
"Nos últimos meses, a disputa comercial entre EUA e a China tornou-se uma questão principal para mais americanos. Isto aguçou as suas expectativas, não só para as empresas chinesas, mas para as empresas americanas que operam na China”, disse Peter Zysk, diretor da empresa internacional de consultoria Brunswick Group.
O desenvolvimento econômico e comercial entre a China e os EUA tem corrido bem nas últimas décadas, e é normal que os dois países se deparem com alguns problemas temporários, disse Tony Zi, gerente geral de vendas do segmento de Equipamentos Munufaturados Originais (OEM, na sigla em inglês) na Chevron Lubrificants da China baseados nos EUA.
Mas as disputas comerciais só podem ser pequenas reviravoltas e voltas no caminho que levam a um maior desenvolvimento bilateral. Os dois países acabarão por chegar a um estado equilibrado, disse Zi, às vésperas da 9ª Cúpula Internacional do Motor Diesel da China em Beijing, na quinta-feira.
"A disputa comercial Sino-EUA tem um certo impacto sobre o desenvolvimento de negócios financiados pelos Estados Unidos na China, mas a influência é temporária", disse ele, acrescentando que o futuro para os laços econômicos e comerciais entre a China e os EUA serão "muito bons".
Alan Yang, diretor de marketing da Chevron Lubricants China, disse que a empresa tem dado grande importância ao mercado da China, e vai continuar a investir no país.
O esforço reforçado da China na abertura é mutuamente benéfico para o mundo, disse Zhang Yansheng, um investigador sênior no Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China.