Bolsonaro apresenta seu novo partido político, Aliança pelo Brasil

Fonte: Xinhua    22.11.2019 13h56

Rio de Janeiro, 21 nov (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, apresentou nesta quinta-feira seu novo partido político, o Aliança pelo Brasil, uma sigla conservadora que terá entre seus pilares a defesa da vida, da família e da infância e o respeito a Deus e à religião.

Em uma convenção realizada em um hotel de Brasília para lançar, Bolsonaro informou que a agremiação terá nas urnas o número 38, igual ao calibre de um dos revólveres mais comuns do país.

"Acredito que é um bom número, não? Havia poucas opções disponíveis e o 38 é um número fácil de memorizar", disse Bolsonaro, que destacou que outra das reivindicações da nova sigla será "o direito à legítima defesa, inclusive com o acesso a armas".

O destaque dado ao porte de armas já fez o novo partido ganhar uma obra feita com cartuchos de bala com seu nome e símbolo, mostrada no evento.

O Aliança pelo Brasil será o nono partido de Bolsonaro em seus 30 anos de carreira política. O atual presidente do país anunciou semana passada sua saída do Partido Social Liberal (PSL), com o qual ganhou as eleições presidenciais de 2018, após divergências com o presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar.

Em discurso durante o ato, Bolsonaro disse que o partido não é "um negócio", e que por isso saiu do PSL.

"Agora, falo para vocês uma coisa da minha vida: fiquei 28 anos dentro do parlamento. Dois anos como vereador no Rio de Janeiro, 30 anos de vida pública, nunca tive um diretório municipal. Não pode, como está na cabeça de alguns, querer ter comando do partido no estado para negociar legenda. Isso não vai acontecer. Em parte, o problema que tivemos no partido que deixei há poucas horas foi essa questão: negociar legenda, vender tempo de televisão e fazer do partido um negócio", afirmou Bolsonaro.

A nova legenda ainda depende da coleta de assinaturas e de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro e seus aliados necessitam agora conseguir 491.967 assinaturas, equivalentes a 0,5% dos votos válidos nas últimas eleições no Congresso, para oficializar o novo partido.

Segundo a legislação eleitoral, para poder ser oficializado e disputar as eleições municipais de 2020, o Aliança pelo Brasil tem que coletar assinaturas manuais, em vez de eletrônicas, como pretendia Bolsonaro, até abril (seis meses antes das eleições) o que significa que poderá não haver tempo para participar da disputa ano que vem, como o próprio presidente admitiu.

Durante a convenção, Bolsonaro afirmou que nenhum ministro de seu governo fará parte do novo partido.

"Nenhum ministro entrará no partido. Não teremos a participação do governo na criação do partido. Isto é o mais importante para evitar uma interpretação equivocada de que estou usando a máquina pública para formar o partido. Zero possibilidade", comentou.

A comissão provisória do Aliança pelo Brasil terá Bolsonaro como presidente e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, como primeiro vice-presidente.

(Web editor: Rita Zhang, editor)

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