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Ex-secretário do Tesouro dos EUA alerta sobre impacto de dissociação EUA-China

Fonte: Xinhua    22.11.2019 14h00
Ex-secretário do Tesouro dos EUA alerta sobre impacto de dissociação EUA-China
O vice-presidente chinês, Wang Qishan, discursa na cerimônia de abertura do Fórum da Nova Economia de 2019 em Beijing, capital da China, em 21 de novembro de 2019.
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Beijing, 22 nov (Xinhua) -- O ex-secretário do Tesouro dos EUA, Hank Paulson, está preocupado com as possíveis consequências da desvinculação da China e dos Estados Unidos em frentes financeiras, tecnológicas e outras.

A concorrência econômica pode ser acirrada, mas ao final, não precisa ser um jogo de soma zero, uma vez que a concorrência duradoura e persistente produz os melhores resultados a longo prazo para qualquer empresa ou país, disse Paulson, também presidente do Instituto Paulson, nesta quinta-feira ao participar do Fórum de Nova Economia em Beijing.

Ele apontou que desvincular a China dos mercados dos EUA excluindo empresas chinesas das bolsas norte-americanas seria uma "péssima ideia", pois forçará as ações chinesas a sair dos índices MSCI.

"Eventualmente isso ameaçaria a liderança estadunidense em finanças, bem como o papel de Nova York como o principal centro financeiro do mundo", disse ele.

Paulson atribuiu a superação da crise financeira de 2008 à coordenação eficaz das políticas monetárias e fiscais com outras economias importantes, incluindo a China. "Lamentaremos quando chegar a próxima crise, se as duas maiores economias do mundo não tiverem mecanismos de coordenação".

A dissociação de tecnologia foi outra grande preocupação de Paulson.

"Os sistemas e padrões de tecnologia estadunidenses e chineses estão sendo separados, e como resultado os sistemas e padrões mundiais poderiam ficar balcanizados.

"Formar um bloco de tecnologia exclusivo isolaria e enfraqueceria a economia norte-americana ao reduzir a capacidade das empresas e trabalhadores do país para participarem de uma parte significativa do comércio global - não apenas com a China, mas também com o resto do mundo", destacou.

Ele pediu aos Estados Unidos que eliminem as barreiras destinadas a sancionar as empresas chinesas, como o uso de justificação de segurança nacional para impor tarifas ao aço e evitar bloquear as aquisições de investimentos sem riscos à segurança nacional.

Para o bem da prosperidade do povo e da economia global, é preciso ter uma maneira melhor, salientou ele.

Paulson disse ter esperança de que não passe muito tempo para que os dois países concluam a primeira fase de um acordo comercial EUA-China.

"Haverá certa dissociação natural, mas as ilusões de uma desvinculação geral e abrangente, e de uma cortina econômica de ferro deixarão nossos países e o mundo inteiro em pior situação", disse ele. "Precisamos evitar esse resultado. Precisamos evitá-lo agora."


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