São Paulo lidera movimento de Estados brasileiros em aproximação com China

Fonte: Xinhua    04.12.2019 11h05

São Paulo, 3 dez (Xinhua) - O Estado de São Paulo é o primeiro a ter um escritório permanente para atração de negócios e facilitação de investimentos na China e, mesmo com a iniciativa pioneira, não para de buscar mais conexões. Em 2020, o Estado estará à frente de três missões ao país asiático, duas delas com a presença do governador, João Doria.

Ele próprio fez o anúncio em entrevista nesta terça-feira na sede do governo, o Palácio dos Bandeirantes. Na primeira missão, outra novidade: os sete governadores das regiões Sul e Sudeste do Brasil estarão juntos. Eles formam o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).

A viagem dos governadores à China está marcada para junho de 2020 e terá como prioridade explicitar aos chineses os programas de desinvestimento dos respectivos estados. Segundo Doria, o Cosud reúne 70% da economia do Brasil. São Paulo tem o Produto Interno Bruto (PIB) mais elevado entre os estados brasileiros e, não por acaso, concentra a maior parte dos investimentos e das empresas chinesas com operação no Brasil.

De olho nestes movimentos, São Paulo abriu um escritório do InvestSP, plataforma ligada à administração estatal, na cidade chinesa de Shanghai em agosto deste ano e já tem 32 empresas brasileiras parceiras. Desde então, segundo o governador, 21 novos projetos chineses estão sendo pensados para São Paulo e, se concretizados, somariam US$ 24,8 bilhões de investimentos. Doria afirmou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) deverá garantir o aporte de US$ 20 bilhões para o Estado, enquanto outros US$ 4,8 bilhões seriam de responsabilidade de empresas privadas. São Paulo será a sede do NDB no Brasil, que deverá começar a operar em 2020.

Para o presidente da InvestSP, Wilson Mello, a decisão de ter um escritório em Shanghai foi acertada. Entre as 32 companhias brasileiras, algumas querem acessar o mercado chinês e vender aos consumidores locais, enquanto outras buscam parceiros de negócios ou fornecedores entre os produtores chineses. Além da viagem com os governadores, o escritório estará à frente de uma missão em agosto, que deverá ter a presença de Doria, e outra em novembro do próximo ano.

"Vamos trabalhar fortemente para organizar as três missões. Na primeira, já há uma complexidade muito grande, pois são sete governadores. Nas demais, o nosso escritório também estará à frente dos projetos", destaca Mello.

A Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Patrícia Ellen, afirmou ainda que há um foco bastante grande de São Paulo na sua relação com a China em ciência e tecnologia, além de investimento em infraestrutura. Ellen falou sobre acordos bilaterais e parcerias envolvendo setores de saúde, incubadoras de startups, além de experiências em parques tecnológicos.

A experiência de um escritório internacional de um Estado como o de São Paulo é considerada positiva e, por isso, uma representação será aberta em Dubai, em fevereiro de 2020.

"Nosso governo tem um foco muito grande em internacionalização e atração de recursos estrangeiros", disse o governador.

Em relação a tecnologias estrangeiras, ele afirma que não vê restrições para a participação em leilões e licitações no Brasil de quaisquer companhias, bastando que estas cumpram os requisitos.

"Sou um liberal, a favor do mercado livre", afirmou Doria.

O Brasil deve abrir um leilão para a implantação da tecnologia 5G no país em 2020. O governador destaca que regras e eventuais restrições são da alçada do governo federal.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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