Por Liu Lei, He Linping, Diário do Povo
Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau
Conduzindo um carro particular com matrículas de Guangdong, Hong Kong e Macau, partindo de casa em Macau pelas 11:00, toma a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, e chega-se a Central, em Hong Kong, pelas 12:00, para um almoço marcado. Depois do almoço, segue-se viagem até ao Vale de Empreendedorismo Jovem de Hengqin, em Zhuhai, permanece-se na sala de conferências para um encontro de funcionários da parte continental da China e de Macau, discutem-se projetos, e regressa-se a Macau para receber um cliente...
“A construção da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau abriu um novo mundo de empreendedorismo e oportunidades sem limite”, afirma Cai Yuanbo, após terminar mais um dia atarefado. Nos seus 30s, o empresário lançou no mercado um aplicativo de viagens, após estabelecer a sua empresa no novo distrito de Hengqin, em Zhuhai, este ano. Neste momento conta já com mais de 100,000 usuários.
Originando na região circundante à foz do Rio das Pérolas, próximo do Mar do Sul da China, as regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau, juntamente com a cidade de Guangzhou, Shenzhen, entre outras na província de Guanggdong, a Área da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau conta com uma área total de 56,000km2 e uma população total de cerca de 70 milhões de pessoas ao final de 2017. Esta é uma das regiões com maior grau de abertura e vitalidade econômica da China.
A construção da Grande Baía prevê a interação da política de um país, dois sistemas; três alfândegas e três divisas. Não existe qualquer experiência internacional semelhante à qual recorrer. O enquadramento da política “um país, dois sistemas” e da Lei Básica, é uma das questões mais importantes e urgentes que a Grande Baía enfrenta para retirar o máximo potencial de Guangdong, Hong Kong e Macau, bem como a inovação de mecanismos institucionais e a promoção de fatores de circulação.
A 23 de setembro de 2018, a secção de Hong Kong da ferrovia expressa Guangzhou-Shenzhen-Hong Kong foi oficialmente aberta ao tráfego. No dia 23 de outubro de 2018 a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau foi oficialmente aberta. Por fim, a 2 de abril de 2019, a ponte Nansha abriu oficialmente ao tráfego.
Até há data, quatro novas estradas foram abertas em ambas as margens do estuário do Rio das Pérolas. Projetos de infraestruturas transfronteiriças, tais como os portos Liantang/Xianyuanwei entre Hong Kong e Guangdong estão também em construção. Existe também uma meta de acelerar a construção da conectividade em toda a região, permitindo um tempo de acesso até uma hora entre as grandes cidades da Área da Grande Baía.
O mútuo reconhecimento de qualificações profissionais foi também impulsionado. As zonas piloto de Qianhai em Shenzhen e Hengqin de Zhuhai seguem o modelo de engenharia civil de Hong Kong. O enquadramento de uma partilha financeira na Área da Grande Baía foi já elaborado, sendo que pagamentos móveis transfronteiriços são já uma realidade. A indústria seguradora em Guangdong e de Macau assumiu a dianteira na implementação de seguros aplicáveis em toda a região.
A conectividade online e offline competem para promover o conveniente e eficiente fluxo logístico, de capital e informação, entre outros, na Área da Grande Baía.
“No contexto da região, Hong Kong e Macau dispõem de universidades de classe mundial, permitindo o posicionamento na vanguarda científica, tecnológica e de inovação no contexto global. A foz do Rio das Pérolas tem o mais completo sistema de manufatura e maior número de vantagens no que diz respeito à cadeia industrial.
Li Zexiang, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, acredita que a capacidade de incubação e transformação e posterior implementação de mercado da região é sólida, sendo que existe uma grande margem de manobra para o intercâmbio industrial e universitário.
Os residentes de Hong Kong e Macau não necessitam candidatar-se a vistos de trabalho para laborarem na parte continental da China. Além disso, os residentes das duas regiões administrativas especiais granjeiam isenções tributárias nas zonas de livre comércio de Nansha (Guangzhou), Qianhai (Shenzhen) e Hengqin (Zhuhai). Graças às várias políticas em vigor, cada vez mais jovens de Hong Kong e Macau participam em atividades de empreendedorismo no resto da China.
Vista num mapa de satélite, a região de Guangzhou, Shenzhen, Hong Kong e Macau é uma das mais iluminadas do mundo. Hoje em dia a inovação tecnológica converge em locais como a Cidade Internacional de Ciência e Educação de Xilihu, Base Industrial de Robótica Dongguan Songshan, Cidade do Conhecimento China-Singapura de Guangzhou, Cidade da Ciência de Guangzhou. É através de projetos como estes que a Grande Baía tem pela frente um futuro auspicioso e competitivo.