Comentário: Verdadeiro déficit dos EUA com a China está no entendimento e não no comércio

Fonte: Xinhua    10.12.2019 15h27

Beijing, 9 dez (Xinhua) -- Enquanto muitos em Washington estão concentrados nos déficits comerciais de seu país com a China, um estudioso dos EUA argumenta que o entendimento é onde está o verdadeiro déficit dos EUA com a China.

Em seu livro "Poderoso, Diferente, Igual: Superando os Equívocos e as Diferenças entre China e EUA", Peter Walker, sócio emérito da empresa de consultoria McKinsey & Company, se baseia no passado da China para explicar como a dolorosa história de invasão do país pelas potências ocidentais moldou a ênfase do povo chinês na soberania e dignidade nacional.

Sendo um ávido leitor de clássicos culturais e literários chineses, ele elabora as mentalidades predominantes entre os chineses que destacam harmonia, cooperação mútua para as duas partes, coletivismo e pragmatismo e suas raízes culturais nos valores confucionistas, observando que os chineses consideram a hostilidade militar cara e fútil.

Ao concluir que os modelos sociais e econômicos dos EUA e da China estão fundamentados em suas próprias histórias e culturas únicas, e que a chamada "ameaça da China" se baseia em mal-entendidos significativos, Walker está identificando corretamente que as atuais reviravoltas nos laços bilaterais se baseiam sobre essas questões.

Como Walker diz, o déficit de compreensão dos EUA decorre principalmente da falta de vontade das elites de Washington em entender a China.

Alguns políticos de Washington fecham os olhos para o fato de que as principais mentalidades da China foram formadas nos últimos milhares de anos. Parece que o que eles querem é forçar a China a mudar de rumo e mudar para o modelo ocidental. E quando esse pensamento ilusório não se concretiza, eles se sentem decepcionados e tentam distorcer o desenvolvimento pacífico da China como uma ameaça.

Veja a Iniciativa do Cinturão e Rota, proposta pela China, por exemplo. A Iniciativa do Cinturão e Rota foi projetada para promover a prosperidade comum dos países participantes da iniciativa e está alinhado com a crença profundamente enraizada da China em defender a cooperação mútua e o desenvolvimento comum. No entanto, alguns políticos dos EUA deliberadamente mancham a Iniciativa do Cinturão e Rota como uma "armadilha", apesar do fato que a iniciativa está trazendo benefícios reais para os parceiros da China.

Como observou o estudioso britânico, Martin Jacques, o maior desejo do Ocidente tem sido entender a China através do prisma ocidental. "É por isso que a percepção e o prognóstico ocidentais sobre a China estão tão frequentemente errados", disse ele.

Para eliminar esse déficit de entendimento, é fundamental manter contato próximo e respeito mútuo.

A normalização das relações China-EUA na década de 1970 mostraram que, enquanto os Estados Unidos puderem deixar de lado seu viés em relação à China, poderiam adotar uma postura racional e objetiva em relação às diferenças entre os dois países.

Em seu livro, Walker tenta defender que o engajamento construtivo entre os Estados Unidos e a China só será possível quando os equívocos fundamentais EUA forem superados. No momento em que há uma maior necessidade de colaboração entre China-EUA, Washington deve ter em mente esse apelo.

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)

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