O Senado brasileiro aprovou no início da noite desta quarta-feira a inclusão do Brasil como membro-fundador do Banco Asiático de Investimento Infraestrutura (BAII), última fase antes da integralização de um aporte de US$ 5 milhões que deverá selar a adesão ao banco.
O BAII foi fundado em 2015, ano em que o Brasil confirmou que seria um membro-fundador. No entanto, a decisão dependia de aprovação no Congresso Nacional. Em votação simbólica, o Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira o texto do acordo que torna o Brasil membro fundador do banco.
"O Brasil se torna parte da nova arquitetura financeira internacional, juntando-se à Israel, Coreia do Sul, todos os países da União Europeia e, mais importante, abre uma nova alternativa para financiamento de projetos de infraestrutura e combate aos efeitos da COVID-19", comemorou o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BMDG), Sérgio Gusmão Suchodolski, que nesta segunda-feira assumiu a presidência da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), entidade que reúne 30 bancos de fomento no Brasil.
Inicialmente, o Brasil deveria comprar ações no valor total de US$ 3,18 bilhões. Entretanto, na exposição de motivos, o governo brasileiro explica que as atuais limitações fiscais levaram à reavaliação do nível de participação brasileira. O novo montante de ações comunicado pelo Ministério das Relações Exteriores à presidência do BAII equivale a US$ 5 milhões.
Sucholdoski esteve empenhado em estimular e sensibilizar os parlamentares brasileiros sobre a importância da adesão brasileira ao BAII. Segundo ele, o Brasil pode ter ganhos ao integrar o que classifica como um nova arquitetura financeira internacional, e, neste caso específico ter acesso a fundos voltados à infraestrutura e ao combate à crise provocada pela COVID-19, graças a um fundo criado pela instituição justamente para este fim.
O executivo comemora também o fato de o BAII ter como diretor-geral um brasileiro, Alberto Ninio, que, por ocasião da posse de Sucholdoski como presidente da ABDE manifestou o interesse em ampliar as interações entre o banco asiáticos e os membros brasileiros da associação.
O BAII já conta com a adesão de mais de 100 países e tem em Beijing, a capital chinesa, sua sede.