Vários especialistas chineses preveem a aprovação de uma vacina até o final deste ano, atendendo à necessidade urgente de alguns países gravemente afetados pela epidemia.
O Brasil reuniu dados de infeção suficientes de um ensaio em estágio final da vacina experimental CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac Biotech da China, e espera ter resultados provisórios sobre sua eficiência no início de dezembro, segundo a Reuters na terça-feira (24).
João Gabbardo, chefe do comitê de contingência da Covid-19 de São Paulo, disse no mesmo evento que espera que o regulador de saúde da China aprove também a CoronaVac da Sinovac em dezembro, o que poderá acelerar a aprovação no Brasil.
A Sinovac confirmou o plano com o Global Times na terça-feira (24), mas parece ser mais cautelosa do que seus parceiros brasileiros, já que a empresa ressaltou que é apenas um resultado preliminar.
"Não é algo que possa ser apressado", disse Liu Peicheng, porta-voz da Sinovac, ao Global Times.
Alguns analistas chineses também preferem ser cautelosos. Eles afirmaram que entendem a necessidade urgente do Brasil por uma vacina, mas que as autoridades chinesas não podem acelerar o processo de aprovação à custa da segurança e da eficácia.
De acordo com relatos recentes da comunicação social, a Espanha dará início a um programa abrangente de vacinação contra o coronavírus em janeiro e espera abranger parte substancial da população em três meses.
A Rússia também anunciou na terça-feira (24) o início da vacinação massiva contra o coronavírus em 2021.
"Embora a epidemia na China esteja sob controle, a China deverá acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas para os outros países", disse Tao Lina, especialista em vacinas e imunologia de Shanghai.
Os países estrangeiros podem decidir se usarão vacinas desenvolvidas pela China de acordo com a sua situação local, mas a sua confiança sairá reforçada se as autoridades chinesas as aprovarem primeiro, disse Tao.
Tao acredita também que alguns produtores chineses de vacinas coletaram dados suficientes com resultados animadores.
O principal produtor de vacinas da China, Sinopharm, disse anteriormente ao Global Times ter fornecido os dados clínicos de fase III aos reguladores relevantes da China e que estava melhorando os dados conforme solicitado. O fabricante da vacina, alegando o estágio final antes da comercialização, ressaltou que não está sob pressão para revelar os dados da vacina e que o fará de forma mais científica e controlada.