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Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing: Portugal com expectativa de recorde no número de atletas apurados

Fonte: Diário do Povo Online    21.10.2021 08h58

Por M. Marques, Zhang Rong

Pedro Farromba, líder da delegação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing 2022, compareceu a uma conferência de imprensa online à comunicação social chinesa, onde abordou os preparativos e expectativas da participação lusa no evento internacional.

Com uma aposta cada vez maior nos desportos de inverno, sustentada pela presença constante nas últimas edições das Olimpíadas de Inverno (5ª edição consecutiva), Farromba disse ao Diário do Povo Online que Portugal tem atualmente 9 atletas em condições de se poderem classificar, sendo a expectativa "podermos levar entre 5 a 6 atletas", o que, a verificar-se, seria um aumento determinante face ao passado, em que a presença portuguesa se cingiu a um máximo de 2 atletas.

O interesse pelos desportos de inverno junto do público geral, refere, "tem sido um processo evolutivo", justificado pela vocação natural do país "para o mar, para o sol, para o futebol. As modalidades que não estão diretamente ligadas ao futebol têm uma dificuldade, sempre crescente, quer de atletas, quer de visibilidade junto da comunicação social". Essa combinação de fatores, reflete-se amiúde na falta de apoios das entidades que gerem o desporto em Portugal, acrescenta.

Apesar das contrariedades, o líder da comitiva salienta que se trata da 3ª vez que Portugal se apresenta com uma comissão olímpica financiada pelo Comité Olímpico e pelo estado português.

Portugal, refere, em termos desportivos, está ainda "numa fase em que temos que separar o que é o gelo, do que é a neve", na qual os últimos apresentam uma maior consolidação face aos primeiros. A fórmula para reverter a situação recai na promoção "junto das escolas, da comunidade escolar e estamos neste momento a terminar a pista de gelo, propriedade da federação, onde aí acreditamos que o desenvolvimento vai ser grande", assevera, aludindo ao gosto endémico por algumas das modalidades do gelo e do seu maior "glamour".

O caminho até Beijing, não foi, todavia, livre de contratempos. A pandemia "congelou" figurativamente o mundo e, Portugal, embora assuma agora a dianteira mundial na percentagem de população vacinada, o que "dá algum conforto para podermos agora viajar e participar em provas", não saiu incólume.

"Foram muitos os desafios. Desde a impossibilidade deles [os atletas] poderem competir, que é sempre um desafio significativo, até à questão do treino. Nós organizamos treinos online com muita preparação física durante o período da pandemia. Organizamos, também, várias vezes a possibilidade dos nossos atletas poderem ir onde era possível, com as restrições que existiam", relembra.

O clima de incerteza perdura, prossegue Farromba, indicando que "não sabemos se temos que comprar 20 equipamentos, se temos de comprar 10 equipamentos e, portanto, até aqui, logisticamente, é diferente". Nem imagino, do ponto de vista do comité organizador, não saber se vai ter 2000 pessoas ou 1000 pessoas", exclama.

Relativamente ao país anfitrião desta edição dos JOI, o inquirido aludiu aos esforços chineses no desenvolvimento transversal de modalidades no plano internacional. "Em pouco tempo, seguramente, a China será uma das potências desportivas nos desportos de inverno", afirma.

O cancelamento da participação da parte de alguns países por motivações políticas foi algo que Pedro Farromba desvalorizou, argumentando que "os Jogos Olímpicos são sobre desporto e sobre o encontro de atletas, sobre a competição saudável, sobre uma forma positiva de ver o mundo, sobre a valorização dos ideais olímpicos, sobre a amizade, não são sobre política".

"Sabemos que a China vai fazer um esforço muito grande para poder dotar os atletas das melhores condições para poderem competir, para poder mostrar ao mundo um conjunto de instalações desportivas que são do melhor que existe à data. Para poder, também, mostrar que é um país em franco desenvolvimento económico, social, desportivo, tecnológico e, portanto, tenho uma esperança muito grande de que vão ser uns Jogos Olímpicos muito positivos para todas as equipas participantes", concluiu. 

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