A China divulgou nesta quarta-feira um parecer sobre a flexibilização do acesso ao mercado na metrópole de Shenzhen, no sul do país, como parte dos esforços para promover ainda mais a reforma e a abertura da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

O documento, emitido conjuntamente pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR) e pelo Ministério do Comércio, detalhou medidas especiais para facilitar o acesso ao mercado em setores que incluem a aplicação de tecnologias avançadas e seu desenvolvimento industrial, finanças e investimentos, medicina e saúde, educação e cultura, assim como transporte.

Nos últimos anos, a China introduziu uma série de políticas neste centro de inovação, com o objetivo de transformar Shenzhen em uma área de demonstração do socialismo com características chinesas.

Zhao Chenxin, secretário-geral da CNDR, disse que o novo documento visa explorar políticas e sistemas de gestão mais flexíveis e científicos e impulsionar o desenvolvimento da economia de mercado socialista.

De acordo com o parecer, serão iniciados os trabalhos de estabelecimento de um centro de comércio internacional baseado no mercado de componentes eletrônicos e circuitos integrados e a prestação de serviços como logística e declaração aduaneira.

O documento também promete um acesso mais fácil à negociação de elementos de dados e negócios de dados transfronteiriços, e um ambiente aprimorado de acesso ao mercado para a aplicação de tecnologias avançadas.

Para facilitar o acesso ao investimento financeiro, a cidade intensificará o apoio às cadeias de abastecimento agrícolas, promoverá a conectividade do mercado de seguros Shenzhen-Hong Kong-Macau e facilitará ainda mais a liquidação comercial transfronteiriça, aponta o documento.

Em relação aos setores médico e de saúde, o texto pede relaxamento das restrições ao acesso ao mercado de produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, testes piloto de vendas online de medicamentos prescritos, bem como aprovação otimizada e serviços de acesso a recursos genéticos humanos.

Padrões de acesso unificado e plataformas de aplicativos abertos para sistemas não tripulados terra-mar-ar serão estabelecidos, enquanto o apoio para a construção e operação de infraestrutura para veículos de nova energia será ampliado, prevê o documento.

Qin Weizhong, prefeito de Shenzhen, ressaltou que a diretriz estimulará o desenvolvimento mais amplo da área da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, pois é propícia para promover um ambiente de mercado mais justo e aberto.

Shenzhen, que era uma pequena vila de pescadores, é muitas vezes referida como a "janela" da reforma e abertura da China, que começou no final da década de 1970. Em 1980, a cidade se tornou a primeira zona econômica especial do país com políticas favoráveis para atrair investimentos estrangeiros.

A metrópole possui uma economia privada em expansão e é sede de muitos gigantes da tecnologia, como Tencent e DJI. Em 2020, seu produto interno bruto atingiu 2,77 trilhões de yuans (US$ 438 bilhões), ultrapassando diversas províncias chinesas.