O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira ter pedido ajuda da Organização Mundial do Comercio (OMC) para que seu país fique de fora dos embargos aos fertilizantes russos, imprescindíveis para o agronegócio brasileiro e que haja um controle de preços para evitar uma "guerra de segurança alimentar" no planeta.
Em um evento em Cuiabá (centro-oeste), Bolsonaro explicou que manifestou pessoalmente sua preocupação à diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, na reunião que mantiveram na segunda-feira em Brasília.
"Aproveitei o momento, dado à importância dessa senhora, para lhe pedir que os embargos de fertilizantes não ocorram em todo o mundo, bem como que esses fertilizantes não continuem aumentando de preço. Caso contrário, poderemos, brevemente, estar envolvidos na guerra mais cruel que se possa imaginar, a guerra da segurança alimentar", disse Bolsonaro.
O Brasil é um dos principais produtores mundiais de alimentos e seu agronegócio usa fertilizantes, principalmente nitrogênio, fósforo e potássio, essenciais para as plantações.
Atualmente, o Brasil consome 8% de toda a produção mundial de fertilizantes, calculada em umas 55 milhões de toneladas e importa 85%, principalmente da Rússia que, devido ao conflito com a Ucrânia, sofre um forte embargo no ocidente.
Bolsonaro pediu "a volta da normalidade" o mais rápido possível para evitar problemas na produção de alimentos, que poderiam afetar a todo o planeta, já que o Brasil exporta para todo o mundo.