A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) alertou na quarta-feira que o Brasil corre um risco "altíssimo" de retorno da poliomielite no país devido a uma queda da vacinação infantil contra a doença.
O Brasil conseguiu erradicar a pólio, também chamada de paralisia infantil, em 1994, mas a queda na vacinação registrada nos últimos anos tem preocupado os especialistas.
O último caso da doença registrado no Brasil foi em 1989. Entre 1994 e 2015, o país registrou uma taxa de vacinação contra a pólio superior a 95%, mas, desde então, a taxa vem caindo. Entre 2016 e 2019, baixou para 80% e, em 2020, coincidindo com a chegada da Covid-19 ao país, caiu para 76%.
Por essa razão, o Ministério da Saúde brasileiro lançou uma campanha nacional para atingir as crianças menores de 5 anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que é aplicado as 2, 4 e 6 meses de idade, via injeção intramuscular) e incentivar a aplicação da dose de reforço, que acontece por meio da chamada "gotinha".
Não obstante, a campanha tem registrado baixa adesão, o que levou sua prorrogação até o final de setembro.
A nível de América Latina, a taxa atual de vacinação é de 79%, bem abaixo do ideal, que é de 95% para cima e, segundo a OPAS, além do Brasil, Peru, República Dominicana e Haiti também correm um risco altíssimo de voltar a registrar o vírus.