Eleição brasileira confirmou o alto grau de polarização política no Brasil

Fonte: Xinhua    04.10.2022 16h04

A eleições gerais deste domingo no Brasil confirmaram o cenário de alta polarização política vivida pelo país nos últimos anos ao terminar o primeiro turno com os dois principais adversários separados por pouco mais de 5% de diferença, deixando a decisão de quem será o próximo presidente para um segundo turno, que se avizinha ainda mais disputado do que o primeiro.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), ficou em primeiro com 48,43% dos votos (57.257.473), enquanto o atual mandatário, Jair Bolsonaro, recebeu 51.071.106 de votos (43,20%).

O resultado causou surpresa, já que as pesquisas eleitorais publicadas no sábado pelo Datafolha e o Ipec indicavam que Lula tinha 50% ou 51% dos votos válidos e possibilidade de vencer no primeiro turno, enquanto Bolsonaro tinha 36% ou 37% das intenções de voto. Em ambos os casos, a margem de erro era de 2% para cima ou para baixo.

Divulgados os números oficiais, a campanha de Lula começou a se movimentar ainda na noite do sábado para buscar apoio de outros partidos e dos adversários derrotados, em especial de Simone Tebet, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que, surpreendeu na reta final, ao terminar em terceiro lugar com 4,16% dos votos superando a Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que terminou na quarta posição, com 3,04% dos votos.

Bolsonaro, por sua vez, já começou a se reunir com aliados e está comemorando um forte crescimento da sua base de apoio na Câmara dos Deputados, com seu atual partido, o Liberal (PL) ganhando 99 cadeiras e se transformando na maior bancada.

Além disso, o presidente já conta com sete governadores eleitos no primeiro turno, entre eles os de Minas Gerais e Rio de Janeiro e garantiu palanque também em São Paulo, onde seu ex-ministro Tarcísio de Freitas vai ao segundo turno com Fernando Haddad, do PT.

A falta de 27 dias para o segundo turno, Lula tem uma vantagem de mais de 6 milhões de votos e, ao que tudo indica, deverá receber a adesão de Tebet, do PDT e até de personalidades de partidos rivais como o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), além da tradição de que o líder do primeiro turno ganha a eleição no segundo.

Não obstante, nada está 100% garantido.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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