A falta de 25 dias para o segundo turno das eleições brasileiras de 2022, que definirá o próximo presidente, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), ganhou nesta quarta-feira o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e da senadora Simone Tebet, que obteve o terceiro lugar no primeiro turno, com 4,16% dos votos válidos.
"Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu Cardoso, de 91 anos, em sua conta no Twitter, na qual incluiu duas fotos antigas em que aparece conversando amistosamente com Lula, a quem derrotou nas eleições de 1994 e 1998.
Lula também usou o Twitter para agradecer o que chamou de "voto de confiança" de Cardoso, que no primeiro turno defendeu o voto em favor da democracia, sem citar nenhum candidato, já que seu Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do qual é presidente de honra, fazia parte da coalizão em favor de Simone Tebet, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Também nesta quarta-feira, Tebet, após almoçar com Lula, declarou seu apoio ao ex-presidente. "Reconheço nele o seu compromisso com a democracia e com a Constituição, o que desconheço no atual presidente. Meu apoio não será por adesão. Meu apoio é por um Brasil que sonho ser de todos", afirmou Tebet.
O MDB, assim como o PSDB liberou seus dirigentes para votar de acordo com suas convicções. O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, por exemplo, já se reuniu com Lula, para hipotecar seu apoio, enquanto Ibaneis Rocha, reeleito para governar o Distrito Federal, confirmou seu respaldo a Bolsonaro.
A lista de apoio à candidatura do ex-presidente Lula no 2º turno já tinha recebido na terça-feira a adesão do Partido Democrático Trabalhista (PDT) do candidato Ciro Gomes, quarto colocado no 1º turno ,além do Partido Cidadania e do senador José Serra, PSDB, seu adversário nas eleições presidenciais de 2002, e do economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central (BC) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002).
Bolsonaro, que nesta quarta-feira recebeu o apoio dos governadores reeleitos de Goiás, Ronaldo Caiado e do Paraná, Ratinho Junior, já tinha obtido a adesão dos governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema, do Partido Novo e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que é do PL de Bolsonaro, dois dos principais colégios eleitorais do país e do governador derrotado em primeiro turno de São Paulo, Rodrigo Garcia.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, recebeu 48,43% dos votos válidos e o atual presidente, Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), 43,20%.
Segundo o TSE, apuradas 99,9% das urnas, Lula obteve 57.257.473 votos e Bolsonaro, 51.071.106.