No distrito de Shijingshan, em Beijing, uma força-tarefa composta por dois grupos de cinco ou seis médicos e funcionários de trabalho comunitário está ocupada oferecendo serviços de vacinação porta a porta para residentes idosos necessitados, com o fim de ajudá-los a se defender do vírus em um pico de infecções por COVID-19.
"Primeiro faremos uma avaliação de saúde, perguntando-lhes sobre suas condições subjacentes de saúde e históricos médicos", disse Luo Yan, membro da equipe do Hospital de Reabilitação de Beijing, afiliado à Universidade Médica da Capital.
Com base na avaliação de saúde e com o consentimento informado de seus familiares, os elegíveis receberão uma dose em casa - conveniente e tranquilizador.
Na China, mais de 90% da população foi totalmente vacinada. Quase 87% das pessoas com mais de 60 anos foram totalmente vacinadas, mas apenas 66,4% das pessoas com mais de 80 anos completaram um curso completo de vacinação.
"Eu aconselho fortemente acelerar a vacinação com doses de reforço, especialmente entre os idosos e outros grupos vulneráveis", disse o principal epidemiologista do país, Zhong Nanshan.
Cada ponto percentual de aumento na taxa de vacinação significa que mais 2 milhões de pessoas estão sendo protegidas contra casos graves e mortes potenciais, de acordo com especialistas em saúde.
PRIORIDADE DE PROTEÇÃO AO IDOSO
A China mudou o foco de sua resposta à COVID-19, do controle de infecções para o tratamento de casos, com o objetivo de prevenir casos graves. Os idosos, com imunidade enfraquecida e principalmente sofrendo de condições médicas subjacentes, são mais suscetíveis a casos graves, tornando uma prioridade a proteção para eles contra o vírus altamente transmissível.
"Para os idosos com doenças subjacentes, como pressão alta e diabetes, ser infectado exacerbaria sua resposta inflamatória, agravando suas doenças e até levando à falência múltipla de órgãos", disse Ding Zhen, diretor do departamento de tratamentos respiratórios e críticos de um hospital designado na Província de Anhui, no leste da China.
Pesquisas científicas no país e no exterior confirmaram a eficácia da vacinação na evitação de casos graves e mortes por COVID-19, e os idosos geralmente colhem o maior benefício dela, explicou Xia Gang, funcionário da administração nacional de prevenção e controle de doenças.
Um estudo publicado na revista médica Lancet Infectious Disease em outubro revela que duas doses de vacinas inativadas domésticas da China se provaram 70% eficazes na prevenção de casos graves para pessoas com 60 anos ou mais. A taxa de eficácia pode chegar a 95% após uma injeção de reforço.
MAIS ACESSÍVEL E CONVENIENTE
Com uma população de 267 milhões de pessoas com mais de 60 anos, a China está acelerando a vacinação entre esse grupo.
No final de novembro, o país divulgou um plano de trabalho para melhorar a taxa de vacinação entre os idosos. A maioria dos requisitos definidos no plano traduz-se agora em ações, com "canais expressos" e postos de vacinação móveis instalados em muitas cidades e mais esforços dedicados a aumentar a conscientização dos idosos sobre a saúde e a acompanhar de perto suas condições de saúde.
No início desta semana, o governo anunciou uma segunda dose de reforço da vacina COVID-19 para grupos vulneráveis que receberam sua primeira dose de reforço há mais de seis meses.
Esforços também foram intensificados para ajudar a dissipar os mal-entendidos pertinentes das pessoas. Wang Huaqing, um dos principais imunologistas chineses, apontou que poucas pessoas com 60 anos ou mais tiveram reações adversas à vacinação contra a COVID-19.
Cada vez mais pessoas de terceira idade estão dispostas a receber a vacinação que seja acessível e a seu alcance convenientemente.
Na cidade de Guangzhou, no sul do país, trabalhadores comunitários e voluntários ajudaram os idosos a dissipar suas concepções errôneas e medos de receber vacinas.
Uma idosa de sobrenome Ye disse que ela e seu marido estavam preocupados de que as condições subjacentes de saúde deles os tornariam inadequados para a vacinação. Mas depois de ouvir conselhos de especialistas, eles mudaram de ideia e ambos foram inoculados.
"Agora vemos que nossas preocupações antes são desnecessárias", disse Ye.
Zhong Nanshan, o principal epidemiologista, disse que a campanha de vacinação entre os idosos é necessária no momento, já que o pico anual de viagens da Festa da Primavera está prestes a começar. O próximo Ano Novo Chinês, o festival mais apreciado pelos chineses, cai em 22 de janeiro de 2023.
"Depois que a vacinação entrar em vigor em duas semanas, os idosos estarão mais bem protegidos quando os jovens voltarem para casa para o feriado", disse ele.
