Apoiadores do ex-presidente brasileiro Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília, capital do Brasil, no domingo (8), horário local, e entraram em confronto com militares e policiais locais.
No Congresso, salões da Câmara e do Senado foram depredados, no STF, o armário do ministro Alexandre de Moraes foi arrombado. Além disso, poltronas e documentos foram destruídos, assim como vidros da fachada do STF foram quebrados, segundo noticiou o G1.
Ainda segundo a mídia local, no Palácio do Planalto, gabinetes foram invadidos e destruídos, incluindo o da primeira-dama, Janja da Silva. Móveis, televisões, computadores e itens decorativos foram danificados. A tela “As mulatas”, do pintor Di Cavalcanti, foi esfaqueada e a galeria de fotos dos ex-presidentes foi destruída.
O presidente Lula, que estava em São Paulo, decretou intervenção federal na segurança do Distrito Federal e a Guarda Nacional entrou em ação para restabelecer a ordem na capital brasileira. Até agora pelo menos 260 pessoas foram presas.
Ao mesmo tempo, líderes e autoridades de vários países e instituições condenaram o ataque à autoridade do Estado brasileiro e expressaram apoio ao presidente brasileiro Lula.
Vídeos nas redes sociais mostraram um grande número de manifestantes quebrando portas e janelas para invadir o prédio do Congresso e vandalizando os gabinetes dos parlamentares. Outros subiram em prédios e levantaram faixas.
A mídia estrangeira, como o "Financial Times", afirmou que esses incidentes lembram a cena em que os apoiadores de Trump invadiram violentamente o Capitólio dos Estados Unidos há dois anos. Os distúrbios da época causaram diretamente 5 mortes e feriram cerca de 140 policiais.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro twitou que “manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos (...) fogem à regra”, ele condenou a ação e rejeitou as alegações de que ele instigou o ataque.
Líderes e autoridades de vários países e instituições a condenaram o ataque dos manifestantes à autoridade do Estado brasileiro. O secretário-geral da ONU, Guterres, emitiu um comunicado dizendo: "Condeno o ataque de hoje ao sistema democrático do Brasil. A vontade do povo brasileiro e das instituições estatais deve ser respeitada".
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a situação no Brasil é "chocante" e condenou os ataques à democracia brasileira e à transferência pacífica de poder. "O sistema democrático do Brasil tem todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não pode ser abalada", ele acrescentou que esperava continuar cooperando com o atual presidente Lula.
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou que a vontade do povo brasileiro e o sistema democrático devem ser respeitados. "A França apoia o presidente brasileiro Lula", acrescentou.