O consumo reduzido de energia e o rápido desenvolvimento de fontes renováveis ajudaram a acelerar a transição da China para uma economia verde e de baixo carbono no ano passado, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) em um relatório divulgado na terça-feira.

O consumo de energia por 10.000 yuans (US$ 1.441) do PIB diminuiu 0,1% em 2022 em comparação com 2021. A energia gerada a partir de energias limpas, incluindo energia hidrelétrica, nuclear, eólica e solar, atingiu 2,96 trilhões de quilowatts-hora em 2022 - um aumento de 8,5% em termos anuais, segundo o DNE.

Sheng Laiyun, vice-diretor do DNE, disse em um comentário por escrito, publicado no site oficial da agência, que a China promoveu ativa e firmemente o trabalho de atingir o pico de emissões de carbono e alcançar a neutralidade de carbono no ano passado, além de acelerar a transformação verde do desenvolvimento industrial. O país melhorou também continuadamente sua ecologia e meio ambiente. Foram também realizados esforços para reduzir o consumo energético e controlar as emissões.

Dados da Administração Nacional de Energia (ANE) indicaram que, em 2022, a geração de energia eólica e fotovoltaica da China ultrapassou 1 trilhão de kWh pela primeira vez, atingindo 1,19 trilhão de kWh - um aumento de 207,3 bilhões de kWh em comparação com 2021, ou um aumento anual de 21%.

Em uma entrevista coletiva recente, Wang Dapeng, vice-chefe do departamento de energias renováveis da ANE, disse que, como a proporção de novas energias no quadro energético geral continua a aumentar, torna-se necessário prestar mais atenção ao consumo de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, a fim de promover o desenvolvimento de alta qualidade de novas energias.

Wang disse ainda que a China está pressionando para alterar as leis e regulamentos relevantes, melhorar o sistema de certificação de energias verdes para apoiar o desenvolvimento de energias renováveis e estabelecer um mecanismo para garantir o consumo de energia gerada a partir de novas energias, com base no sistema de certificação verde para reduzir o desperdício energético.

Os certificados de energia verde são os "cartões de identificação eletrônicos" para a eletricidade verde gerada por empresas de energias renováveis. Eles são usados para calcular e verificar a geração e uso de novas energias. Cada certificado de energia verde representa uma quantidade de 1.000 kWh de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis que foram conectadas à rede e consumidas.

O uso de energias renováveis nos setores industrial, de transporte e construção será fomentado. O layout das usinas hidrelétricas reversíveis será otimizado, disse Wang.

Jing Chunmei, diretor de pesquisa científica e informações do Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China, disse que a aceleração do desenvolvimento de uma rede que integra energia eólica, solar e movida a carvão com armazenamento de energia e energia de hidrogênio é de vital importância para coordenar o desenvolvimento econômico com a transformação de baixo carbono.

“Para estabelecer a rede, são necessários mais esforços para lidar com eventuais problemas decorrentes da transmissão e consumo de energia gerada a partir de novas energias. Isso pode ser garantido por meio de medidas como redes inteligentes, usinas virtuais e sistemas de armazenamento energético”, disse ela.

"Ao contrário dos combustíveis fósseis, a electricidade gerada a partir de novas energias tem requisitos mais elevados para a operação segura e estável. Isso ocorre porque a maioria das novas energias são recursos intermitentes, que sofrem oscilações repentinas ou aleatórias. Isso dificulta a obtenção de energia estável e constante. Além disso, apresenta desafios para a estabilidade da rede, como flutuações de tensão, durante a transmissão energética", disse Lin Boqiang, chefe do Instituto Chinês de Estudos em Política Energética da Universidade de Xiamen, na província de Fujian.