A Finlândia tornou-se formalmente na terça-feira o 31º Estado-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), encerrando sua não-aliança militar num procedimento de adesão em tempo recorde. Enquanto isso, a Rússia alertou que poderia ser forçada a tomar "contramedidas".
A bandeira nacional da Finlândia foi hasteada e o hino do país foi tocado pela primeira vez na sede da OTAN na tarde desta terça-feira em uma breve cerimônia.
"A era de não-aliança militar em nossa história chegou ao fim. Uma nova era começa", disse o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, na cerimônia, acrescentando que espera ver a vizinha Suécia se juntar em breve. "A adesão da Finlândia não está completa sem a da Suécia."
"Este é um dia histórico. Damos as boas-vindas à Finlândia como o mais novo membro da nossa aliança", afirmou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
A Finlândia recebeu seu convite formal para se juntar à organização do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, mais cedo no mesmo dia. Em troca, o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, entregou os instrumentos de adesão do seu país, cumprindo assim as formalidades.
Como a Finlândia não parou de investir em defesa após o fim da Guerra Fria, o país está trazendo forças militares bem treinadas e bem equipadas com um alto nível de prontidão, revelou Stoltenberg.
A integração da Finlândia à OTAN não mudará a política externa do país, salientou Haavisto durante a cerimônia.
"A adesão da Finlândia não é direcionada contra ninguém (...) A Finlândia é um país nórdico estável e previsível que busca a resolução pacífica de disputas", garantiu ele.
A Finlândia e a Suécia candidataram-se à adesão à OTAN em maio do ano passado e foram formalmente convidadas a participarem da aliança em junho.
O processo de adesão requer a aprovação de todos os Estados-membros. A Turquia foi o último participante da OTAN a ratificar a candidatura de adesão da Finlândia, enquanto o caminho da Suécia permanece bloqueado pela Turquia e pela Hungria.
Stoltenberg anunciou que a Finlândia, Turquia e Suécia continuarão as reuniões trilaterais sobre a candidatura de Estocolmo.
A adesão formal da Finlândia à OTAN provocou uma resposta imediata da Rússia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, apontou em uma coletiva de imprensa ainda nesta terça-feira que seu país considera isso outro agravamento da situação. Na opinião da Rússia, a expansão da OTAN infringe a sua segurança e os seus interesses nacionais.
A expansão da OTAN "força a Rússia a tomar contramedidas para garantir sua própria segurança", destacou Peskov, citado pela agência de notícias estatal russa Sputnik.
Já o Ministério das Relações Exteriores da Rússia avaliou que a filiação finlandesa foi um "passo mal concebido" que afetará negativamente as relações entre Helsinque e Moscou.