Os Estados Unidos sozinhos obstruíram o estabelecimento de um mecanismo de verificação para a Convenção sobre Armas Biológicas (BWC, na sigla em inglês), o que representa um desafio para a governança global de biossegurança, de acordo com um especialista sênior chinês em segurança internacional.
Liu Chong, diretor do Instituto de Estudos de Segurança Internacional subordinado ao Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, avaliou os movimentos irresponsáveis e perturbadores dos Estados Unidos relacionados à biossegurança global durante uma entrevista à Xinhua.
A BWC, formalmente conhecida como "A Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção e Estocagem de Armas Bacteriológicas (Biológicas) e Toxinas e sobre sua Destruição", entrou em vigor em 1975. A China se integrou à BWC em 1984.
A BWC foi forjada essencialmente sobre uma base humanitária para proteger a humanidade de armas biológicas e proíbe o uso de tais armas na guerra. Desde sua criação, muitos resultados positivos foram alcançados, observou Liu.
No entanto, os Estados Unidos não só recusaram a verificação da BWC, mas também construíram uma enorme rede de laboratórios biológicos opacamente operados em todo o mundo, desconsiderando preocupações e suspeitas razoáveis levantadas pela comunidade internacional.
Esses atos demonstram a busca desenfreada dos Estados Unidos por uma vantagem em capacidades biomilitares ou, em outras palavras, uma vantagem em capacidades de biodefesa, apontou Liu.
Tais atos aumentaram a desconfiança na comunidade internacional e trouxeram impactos negativos na futura cooperação em segurança global, acrescentou.
Ainda existem muitas questões de biossegurança que exigem governança pública e envolvem interesses comuns, como a edição de genes alimentada por novas tecnologias. São questões que a comunidade internacional deve agir rapidamente para resolver por meio da cooperação.
No entanto, a obsessão dos Estados Unidos em manter uma vantagem na competição com outros países torna difícil para a comunidade internacional realizar uma cooperação relevante de forma eficaz, disse Liu.
Na opinião de Liu, os Estados Unidos não têm desempenhado seu protagonismo ou assumido sua responsabilidade como grande país, principalmente na área de biossegurança.
Dado seu próprio interesse, bem como as extensas e questionáveis atividades de sua rede global de laboratórios biológicos, os Estados Unidos se opuseram ao estabelecimento de um mecanismo de verificação multilateral para a BWC. Isso é prejudicial para a segurança global e, em última análise, para sua própria segurança, analisou.
Liu disse que os principais países do mundo devem fornecer mais bens públicos para a segurança global.
"Acho que realmente há muito espaço para melhorias a esse respeito nos Estados Unidos", continuou.
A Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global apresentadas pela China estão entre os bens públicos que permitem que a comunidade internacional se beneficie e se desenvolva mais rapidamente, evitando confrontos, desconfianças e divisões que prejudicam os interesses da humanidade, acrescentou.
Liu disse que na área de governança de segurança não tradicional, incluindo biossegurança e segurança de inteligência artificial, esforços devem ser feitos para lidar com riscos de segurança iminentes para os interesses comuns da comunidade internacional.
Ele pediu a construção incremental da confiança por meio da cooperação.
"Isso garantirá paz e estabilidade duradouras para a humanidade e evitará o risco de guerra e conflito", acrescentou.