Novas acusações consideradas sinal do fracasso do G7

Fonte: Diário do Povo Online    22.05.2023 09h05

As novas acusações do Grupo dos Sete contra a China não podem escamotear seus fracassos no avanço da governança global, bem como o declínio da influência do G7 e sua obsessão em fomentar confrontos de blocos, de acordo com as autoridades e especialistas.

Quando a Cúpula anual do G7 em Hiroshima, Japão, terminou no fim de semana, os observadores alertaram que o grupo delineou também os planos dos países ocidentais liderados pelos Estados Unidos para agitar ainda mais a região da Ásia-Pacífico em questões políticas, economicas e militares.

A China foi um tema quente em vários documentos adotados pela cúpula, como o Comunicado dos Líderes do G7 em Hiroshima.

Por meio desses documentos, o grupo exaltou a situação do Estreito de Taiwan e fez acusações sobre o Mar da China Oriental, Mar da China Meridional, Região Administrativa Especial de Hong Kong, regiões autônomas de Uigur de Xinjiang e Tibete e a energia nuclear da China.

Beijing lamenta fortemente e se opõe a isso e "fez sérias diligências com o Japão, anfitrião da cúpula, e outras partes interessadas", segundo o Ministério das Relações Exteriores.

"O G7 usou questões relativas à China para difamar e atacar a China e interferir descaradamente nos assuntos internos da China", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores no sábado.

O porta-voz referiu que o G7 afirmou estar "promovendo um mundo pacífico, estável e próspero", mas que "o que faz é impedir a paz internacional, minar a estabilidade regional e frear o desenvolvimento de outros países".

Observando que o G7 continua a enfatizar a paz através do Estreito, sem mencionar a necessidade de se opor à "independência de Taiwan", o porta-voz afirmou que isso "constitui conivência e apoio às forças da 'independência de Taiwan' e só resultará em um sério impacto na paz e estabilidade através do estreito".

O Mar da China Oriental e o Mar da China Meridional permaneceram estáveis em geral, e os países relevantes precisam "parar de usar questões marítimas para criar uma divisão entre países regionais e incitar confrontos de bloco", disse o porta-voz.

"O G7 precisa refletir sobre seu comportamento e mudar de rumo", já que o mundo não aceita as regras ocidentais dominadas pelo G7, que buscam dividir o mundo com base em ideologias e valores, disse o porta-voz.

Su Xiaohui, pesquisador associado do Instituto de Estudos Internacionais da China, disse que os últimos comentários e documentos do G7 revelam que o organismo "ainda está falhando em seu papel de lidar com questões enfrentadas por toda a humanidade, como a governança global".

"Embora Washington tenha enfatizado o aumento da influência do G7, não respondeu às preocupações da comunidade internacional, e o grupo acabou sendo uma ferramenta chave para o avanço da competição estratégica conduzida pelos EUA", disse ela.

"Rotineiramente, a Cúpula do G7 é destinada a discutir questões econômicas, mas (o Japão), como anfitrião deste ano, tem vinculado os temas econômicos à política e à segurança, e os documentos da cúpula envolvem muitos conteúdos relacionados à política", disse Yang Bojiang , diretor do Instituto de Estudos Japoneses da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

"Ao fazer isso, Tóquio está marchando em sintonia com Washington ao considerar a China como uma concorrente e uma ameaça", disse ele.

Yang observou que o Japão também convidou oito países - a maioria deles da região da Ásia-Pacífico - para participar da reunião ampliada da cúpula deste ano, em uma tentativa de incentivá-los a tomar partido e se juntarem à coerção liderada pelos EUA contra a China.

"Priorizar 'lidar com a China' é, na verdade, convidar forças externas a interferir ainda mais nos assuntos da Ásia-Pacífico e buscar a hegemonia coletiva. Isso só aumentará a tensão e os confrontos nesta região e sabotará a paz e a estabilidade locais", disse ele.

Em várias ocasiões durante ano, o G7 fez também reivindicações sobre "coerção econômica" que aludem à China.

Um porta-voz da embaixada chinesa no Japão disse no sábado que, "na realidade, são os próprios EUA que estão envolvidos na coerção econômica", e que os EUA, "até agora, aplicaram sanções arbitrariamente em detrimento de quase metade da população mundial, e mesmo os membros do G7, como o Japão, não estão imunes".

Observadores notaram que, paralelamente à reunião do G7 em Hiroshima, a Cúpula China-Ásia Central foi realizada em Xi'an, província de Shaanxi, na quinta e sexta-feira.

A frutífera cúpula de Xi'an resultou na emissão de sete documentos bilaterais e multilaterais e testemunhou a assinatura de mais de 100 documentos de cooperação, disse o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, aos repórteres no domingo.

"Nossa cooperação não é dirigida a terceiros, nem está sujeita a terceiros, não nos envolvemos em 'pequenos círculos' fechados e exclusivos e nos opomos à política de blocos e a confrontos de Guerra Fria", disse.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)

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