O número de registros de casamento em toda a China atingiu um declínio recorde de 6,83 milhões em 2022 desde 1986. Um demógrafo independente atribuiu o declínio a vários motivos, como a diminuição da população jovem, a proporção de gênero desigual da população casadoira e a mudança nos conceitos de casamento das gerações mais novas.
De acordo com as estatísticas de assuntos civis do quarto trimestre de 2022 divulgadas pelo Ministério de Assuntos Civis da China, um total de 6,83 milhões de casais registraram seus casamentos em 2022, abaixo dos 7,63 milhões em 2021, uma baixa recorde desde 1986, quando o ministério começou a liberar os dados do registro de casamento.
De acordo com dados do Ministério de Assuntos Civis, o número de registros de casamento na China vem diminuindo anualmente desde 2014. Em 2013, 13,46 milhões de casais se casaram, caindo para menos de 10 milhões em 2019. Em 2021, o número caiu ainda mais, ficando abaixo de 8 milhões. Em 2022, o número de registros de casamento em todo o país asiático diminuiu em 803.000 casais, uma queda de cerca de 10,5%.
Os dados do primeiro trimestre de 2023 ainda não foram divulgados.
Entretanto, em termos de registros de divórcio, 2,1 milhões de casais divorciaram-se em 2022, um decréscimo de cerca de 1,8%, em comparação com os 2,13 milhões de casais em 2021, segundo as estatísticas do Ministério dos Assuntos Civis.
Segundo o demógrafo independente He Yafu, o número de registros de casamento em 2022 não foi apenas o mais baixo desde 1986, mas o mais baixo desde 1980.
Desde 1978, o ano com o maior número de registros de casamento foi 2013. De 2014 a 2022, o número de registros de casamento e as taxas de casamento na China caíram por nove anos consecutivos, disse ele ao Global Times no domingo.
Uma das razões para a diminuição dos registos de casamento é a diminuição do número de jovens, disse ele, acrescentanto que de acordo com os dados do censo populacional de 2020, a população viva de pessoas nascidas na década de 1980, também conhecida como a geração pós-80 , foram 215 milhões, a dos anos 90 foi de 178 milhões e a dos anos 2000 foi de 155 milhões.
A segunda razão é que há mais homens do que mulheres na população casadoira. De acordo com os dados do sétimo censo populacional nacional, havia 17,52 milhões a mais de homens do que mulheres na faixa etária de 20 a 40 anos.
A terceira razão é a idade média adiada no primeiro casamento. A idade média no primeiro casamento para homens aumentou para 29,38 anos em 2020, de 25,75 anos em 2010 e a idade média no primeiro casamento para mulheres aumentou para 27,95 anos em 2020, de 24 anos em 2010, explicou He.
Os altos custos do casamento, incluindo o preço dos imóveis e os presentes de noivado dos noivos para a família da noiva, é outro fator que contribui para a queda nos registros de casamento.
Houve uma grande mudança nas atitudes do casamento entre a geração mais jovem, com cada vez mais jovens optando por não se casar, mesmo os casaid que moram juntos. Além disso, ter filhos não está nos planos dos que preferem não se casar.