Carlos Nehemias Maposse pratica a arte marcial no campo da Universidade de Tecnologia de Taiyuan, em Shanxi. (Foto: Shanxi Daily)
No cenário encantador e tranquilo do Distrito de Taigu, na Província de Shanxi, no norte da China, Carlos Nehemias Maposse, um estudante moçambicano, está totalmente em casa.
"As artes marciais foram o motivo para eu vir à China", conta ele, que visita frequentemente a área para buscar orientação do Mestre Song Baogui.
Nascido em Maputo, capital de Moçambique, Carlos é um fã ardoroso dos filmes de kung fu chineses desde criança. Foi dali que a semente para aprender artes marciais chinesas foi plantada em seu coração, contou o estudante moçambicano.
Sua paixão pelas artes marciais floresce ainda mais à medida que ele se aprofunda na essência desse aspecto integral da cultura chinesa.
Começando com o estudo da língua chinesa ainda no país natal, Carlos se matriculou em aulas do idioma em uma escola local próxima, preparando o terreno para sua viagem à China.
Em 2016, uma oportunidade notável se abriu quando Carlos iniciou sua vida acadêmica na Universidade de Tecnologia de Taiyuan, em Shanxi, cursando especialização em Educação Internacional de Idioma Chinês.
Guiado pela associação de artes marciais da universidade, ele mergulhou no Tai Chi, dedicando-se a um treinamento profissional e intensivo nessa fascinante forma de arte marcial.
Durante seus anos na universidade, Carlos dedicava até quatro horas aprimorando suas habilidades após as aulas todos os dias, e os fins de semana também eram completamente dedicados ao treinamento.
Ele também participou de várias competições para testar os frutos de seu treinamento, refinando suas técnicas ao longo do caminho. Esses esforços dedicados persistiram por sete anos.
O instrutor de Tai Chi de Carlos, Cui Yanhua, observou seu profundo ardor pelas artes marciais chinesas, o que explica sua diligência, superando a de seus colegas durante o treinamento.
Carlos também passa o tempo livre visitando vários mestres renomados de estilos diversos das artes marciais, como o Xing Yi Quan (Punho da Forma-Intenção) e o Bagua Zhang (Palma dos Oito Trigramas). É com estes encontros que ele vive a diversidade e as diferenças culturais nas várias disciplinas marciais chinesas.
Anos de persistência deram a Carlos muitas conquistas. Desde 2016, o estudante africano participou de campeonatos em jogos nacionais e provinciais nas modalidades de Tai Chi, Boxe de Três Formas e em competições de faca e bastão e conquistou vários títulos.
"Pensei que as artes marciais se tratavam apenas de lutar, mas quando me aprofundei nelas, percebi suas profundas conotações e contextos culturais", disse Carlos. "As artes marciais são um modo de vida."
Tendo passado sete anos vivendo e estudando na China, Carlos escolheu retornar à sua terra natal após sua formatura.
"As artes marciais trazem efeitos positivos tanto para o corpo quanto para a mente. Pretendo persistir na prática das artes marciais chinesas e disseminar tudo o que adquiri sobre artes marciais na China entre aqueles que estão interessados no meu país", disse Carlos.