O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, apresenta um celular Huawei numa coletiva de imprensa em Beijing na quinta-feira. (Foto: Zhang Yunbi/China Daily)

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não conteve o seu entusiasmo na quinta-feira (14) ao dirigir-se aos jornalistas no final da sua visita de Estado à China.

Falando aos representantes da mídia de ambas as nações na embaixada do país latino-americano em Beijing, ele compartilhou seus pensamentos sobre as conquistas da visita de Estado à China e também fez uma nota pessoal ao discutir sua estadia de uma semana no país.

Maduro exibiu um celular Huawei de última geração na entrevista coletiva, cujo papel de parede mostrava uma foto do presidente Xi Jinping apertando a mão dele.

“É o mais novo celular da Huawei que utiliza as tecnologias mais recentes, e você pode usar este telefone para se comunicar diretamente via satélite”, disse ele em meio aos jornalistas.

“Quero que todos os meus jovens amigos comprem um bom celular Huawei”, acrescentou. “Acredito que este é o celular mais seguro que já usei e acredito que não será grampeado por outros países”.

A sua fé na qualidade dos dispositivos eletrônicos fabricados na China, que expressou na reunião, foi igualada pela sua paixão em elaborar os resultados tangíveis da sua reunião com o presidente Xi na quarta-feira (13).

Quando um repórter perguntou sobre o progresso na cooperação energética bilateral, Maduro apresentou uma declaração conjunta impresa sobre o estabelecimento de uma parceria estratégica para qualquer clima entre a China e a Venezuela.

“Perguntas de interesse de todos podem ser respondidas aqui”, disse ele.

"Nossos amigos da mídia podem utilizar ainda mais seus meios de comunicação para divulgar ainda mais o conteúdo dos acordos relevantes", acrescentou Maduro.

Ele também expressou apoio às iniciativas propostas pela China, incluindo a Iniciativa Cinturão e Rota e a Iniciativa de Desenvolvimento Global.

Este ano marca o 10º aniversário da Iniciativa Cinturão e Rota, proposta pelo presidente Xi em 2013.

Maduro disse que durante as suas conversações com Xi, ele discutiu o status esperado da América Latina no quadro mais amplo do Cinturão e Rota.

Quando questionado sobre a a Iniciativa Cinturão e Rota e os acordos de cooperação que os países latino-americanos assinaram com a China, Maduro criticou “a difamação e a repressão no mundo, especialmente aquelas feitas pela mídia ocidental”.

"No mundo atual, há sempre algumas pessoas que usam as suas mentes estreitas para avaliar e julgar os verdadeiros cavalheiros. Elas sempre sentem que o que as outras pessoas fazem tem o objetivo de afetar os seus interesses".

“Mas este tipo de era, acredito, está chegando ao fim e deveria chegar ao fim”, acrescentou.

As parcerias da Venezuela e da América Latina com a China “não foram construídas contra terceiros”, enfatizou ele.

“Não estamos tentando unir-nos contra ninguém, para usurpar os recursos naturais ou os interesses de desenvolvimento de outros países. Construímos estas parcerias… para trabalharmos de mãos dadas para promover o desenvolvimento comum e inclusivo”, disse ele.

Prevendo o futuro da Iniciativa Cinturão e Rota, ele expressou esperança de "atrair ainda mais empresas chinesas para a região latino-americana e ampliar os investimentos".

A visita de Maduro durou uma semana, de 8 de setembro a quinta-feira. Ele viajou para Shenzhen, na província de Guangdong, Shanghai e província de Shandong, antes de pegar um trem de alta velocidade na terça-feira (12) para Beijing, a última parada de sua visita.

Como parte da agenda lotada do presidente venezuelano, o primeiro-ministro Li Qiang e Zhao Leji, presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional, reuniram-se com Maduro na quinta-feira (14).

“Tenho grande admiração pelo povo chinês e os líderes chineses sempre foram muito modestos e muito conscienciosos”, disse ele, qualificando as conversações intensivas em Beijing como “altamente construtivas”.

No próximo ano, a China e a Venezuela celebrarão o 50º aniversário das suas relações diplomáticas.

Maduro disse: “No futuro, podemos ir mais longe para ampliar as nossas áreas de cooperação e dar mais passos em direção à nossa jornada centenária”.

"Nossa amizade é tão sólida quanto a madeira da mesa e tão resistente quanto a montanha Taishan", disse ele, referindo-se à majestosa montanha e atração turística simbólica em Tai'an, província de Shandong.