O Brasil, maior exportador de carne de frango do mundo, prorrogou na terça-feira por mais 180 dias a declaração de emergência zoossanitária, em todo o território nacional, por causa da identificação de focos do vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade, principalmente em aves silvestres.
A medida, publicada na terça-feira no Diário Oficial da União, permite a adoção de políticas preventivas para evitar que aves comerciais sejam contaminadas pela doença, também conhecida como gripe aviária.
O governo brasileiro declarou a emergência zoossanitária em 22 de maio, uma semana após a primeira detecção de ave silvestre migratória contaminada. Em seis meses, já foram identificados 139 focos, sendo apenas três em aves de subsistência nos estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Segundo o protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), como não há casos em aves comerciais, o Brasil mantém o status de país livre da H5N1.
Ao todo, 2.207 casos já foram investigados pelo Serviço Veterinário Oficial, que encaminhou para análise laboratorial 609 amostras. Atualmente, 18 ainda estão sendo investigadas e 139 casos foram confirmados, a maioria na faixa litorânea que se estende do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul.
O Brasil responde por 35% do mercado mundial de carne de frango e é o maior exportador do mundo.
Por ser causado por um vírus com alta capacidade de mutação e adaptável a novos hospedeiros, o H5N1 representa um risco principalmente ao comércio internacional de produtos avícolas e é uma ameaça à saúde humana, já que, ocasionalmente, pode afetar mamíferos como gatos, cães, cavalos, suínos e também humanos.
No Brasil nunca foram registrados casos da doença em humanos, mas, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde, nas Américas já foram registrados casos nos Estados Unidos, Chile e Equador.