O ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, em uma entrevista com a Xinhua, prometeu mais medidas para expandir o consumo e estabilizar o comércio exterior e o investimento, em um esforço para promover uma recuperação econômica sustentada.
CONSUMO, MOTOR DE CRESCIMENTO MAIS FORTE
O consumo da China teve uma recuperação constante e um impulso reforçado este ano, com as vendas no varejo dos bens de consumo subindo 2,5%, 4,6% e 5,5% anualmente em junho, agosto e setembro, respectivamente.
O consumo se tornou mais forte como o principal motor econômico, disse Wang, prevendo que o impulso continuará no quarto trimestre.
Mas Wang também reconheceu que a recuperação do consumo ainda está desequilibrada e que o sentimento consumista tem espaço para melhorias adicionais.
A China se moverá para consolidar a tendência ascendente, observou Wang, ressaltando que o foco será em estimular a compra de carros, eletrodomésticos e móveis, bem como o consumo no setor de restauração.
Esforços serão feitos para aumentar as vendas de veículos de nova energia em áreas rurais, apoiar o desenvolvimento de esportes motorizados e veículos recreativos de campismo, e promover as mudanças verdes e inteligentes de eletrodomésticos, de acordo com Wang.
COMÉRCIO RESILIENTE
Apesar da recuperação econômica global instável, o comércio exterior da China mostrou forte resiliência e permaneceu estável graças a uma série de políticas governamentais que apoiam o desenvolvimento de armazéns no exterior, o comércio de processamento e as exportações de veículos de nova energia, destacou Wang.
"As importações e exportações combinadas totalizaram 30 trilhões de yuans (US$ 4,18 trilhões) nos primeiros três trimestres, basicamente igual ao mesmo período do ano passado, e o número de empresas com negócios de comércio real cresceu para 597.000, próximo ao nível de 2022 inteiro", informou Wang.
Ele citou vários pontos positivos, incluindo comércio robusto em setembro, crescimento rápido do comércio com os países participantes do Cinturão e Rota e melhoria nas exportações para os Estados Unidos e países europeus. Além disso, as exportações de veículos elétricos, baterias de íons de lítio e baterias solares aumentaram, o comércio eletrônico transfronteiriço permaneceu vibrante e o comércio digital e de serviços cresceu rapidamente.
Olhando para o quarto trimestre do ano, Wang assinalou que uma série de exposições ajudará as empresas a explorar os mercados estrangeiros. Ele também prometeu intensificar o apoio ao crédito para as empresas de micro, pequeno e médio porte.
A China acelerará o lançamento de listas negativas para o comércio de serviços e divulgará mais políticas sobre reforma e inovação do comércio digital, acrescentou.
ABERTURA MAIS AMPLA
Enquanto o investimento transfronteiriço global permaneceu lento este ano, a China elaborou novas medidas para atrair investimento estrangeiro, incluindo um maior apoio às empresas estrangeiras na criação de centros de inovação e em investimentos no setor de manufatura.
O investimento estrangeiro no setor manufatureiro de alta tecnologia da China saltou 12,8% em termos anuais nos primeiros três trimestres de 2023, enquanto esse tipo de investimento em pesquisa e desenvolvimento e em serviços de design cresceu 10,2%. Neste período, cerca de 38.000 novas empresas com financiamento estrangeiro foram estabelecidas na China, uma alta de 32,4% em comparação ao ano anterior.
Muitos executivos de multinacionais em visita a China este ano expressaram otimismo sobre o mercado chinês, que tem um tamanho enorme, forte vitalidade de inovação e um ambiente de negócios melhorado, disse Wang.
Wang prometeu esforços contínuos para aprofundar a reforma e abertura e melhorar ainda mais o ambiente de negócios.
A China reduzirá a lista negativa para o investimento estrangeiro, removerá todas as restrições ao investimento estrangeiro no setor de manufatura, e abrirá mais setores de serviços, como telecomunicações e turismo, segundo o ministro.
"Vamos efetivamente resolver as dificuldades e problemas encontrados pelas empresas estrangeiras, para que elas não só tenham confiança em investir na China, mas também possam se sentir à vontade para enraizar localmente", enfatizou Wang.
