O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a não interferência nos processos eleitorais de outros países da região, como Venezuela, Nicarágua e Argentina, ao destacar que as relações diplomáticas devem ser exercidas entre Estados para além dos seus eventuais governos.
Na avaliação do presidente, "todo mundo gosta do Brasil" e "o Brasil tem que gostar de todo mundo".
"Uma coisa que o Brasil tem que ninguém tem: não tem nenhum país do mundo sem ser contencioso com ninguém, como o Brasil. Não existe", afirmou.
"Por que eu iria brigar com a Venezuela? Por que iria brigar com a Nicarágua? Por que iria brigar com a Argentina? Eles que escolham os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação entre Estados e o que o Brasil ganha ou perde nessa relação", acrescentou Lula.
O presidente deu as declarações em São José dos Campos, estado de São Paulo, durante cerimônia de anúncio de investimentos nas mais importantes rodovias da região Sudeste que ligam São Paulo ao Rio de Janeiro.
Lula convocou o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Júlio Bitelli, para consultas esta semana, depois que o presidente argentino, Javier Milei, viajou ao Brasil para se encontrar com a oposição e se recusou a pedir desculpas pelas ofensas cometidas durante a campanha eleitoral argentina.
O presidente brasileiro também se referiu à Venezuela, país vizinho do Brasil com o qual Lula retomou relações diplomáticas e decidiu reabrir a embaixada em Caracas.
A Venezuela realizará eleições gerais em 28 de julho, nas quais o atual presidente Nicolás Maduro e o principal líder da oposição, o ex-diplomata Edmundo González, aparecem como favoritos.