O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, por unanimidade, nesta quarta-feira, aumentar em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juro (Selic), que passou para 10,75%.
É o primeiro aumento de juros desde agosto de 2022 e o primeiro deste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao divulgar a nota Selic, o Copom justificou que vem percebendo, no cenário interno, risco para alta da inflação.
"Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato para o campo positivo. A inflação medida pelo IPCA cheio, assim como as medidas de inflação subjacente ficaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", afirmou o Comitê.
"O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", acrescentou o comunicado.
O mercado financeiro estima que a Selic continuará subindo até alcançar 11,50% anual em janeiro, um aumento total de um ponto percentual. Os analistas também projetam que a taxa básica voltará a cair a partir de julho de 2025, fechando o ano em 10,5% anual.