Gilberto Gil, um dos mais influentes músicos brasileiros, fez uma apresentação maravilhosa nesta segunda-feira no Centro de Arte Oriental de Shanghai, animando o público chinês e tornando a sala de concertos de 1.500 lugares em um grande live house.
Ganhador de nove prêmios Grammy e ex-ministro da Cultura, o músico de 82 anos apresentou 20 canções simbólicas para promover a música brasileira no país asiático.
"É bem diferente das apresentações ao vivo que eu vi antes. Embora o palco esteja separado, o público e os artistas parecem estar envolvidos em uma atmosfera coesa, como uma família, que é ao mesmo tempo alegre e calorosa", disse Liu Yue, professora de uma escola primária em Shanghai.
Esta apresentação faz parte dos eventos programados na China para marcar o 50º aniversário das relações diplomáticas China-Brasil.
Em uma entrevista à Xinhua, Gil, que serviu como ministro da Cultura do Brasil entre 2003 e 2008, observou que o conhecimento mútuo entre os dois países ainda é "superficial", destacando o papel que o intercâmbio cultural desempenha nas relações sino-brasileiras.
Para os chineses, o Brasil é o país do futebol e do samba, bem como os brasileiros sabem que a China é o país de Kung Fu e terra-natal dos pandas gigantes.
"Eu diria que proporcionalmente ainda é pequeno o conhecimento que o brasileiro tem da China assim como o conhecimento que os chineses têm do Brasil", disse Gil, citando sua primeira impressão limitada sobre a China. "Eu me lembro quando eu era criança aos 10 anos de idade, havia muitos comerciantes chineses e também comida chinesa em Salvador".
Hoje, os produtos chineses, como carros, eletrônicos e tecelagem, tornam-se cada vez mais populares no Brasil, enquanto as empresas e marcas brasileiras também começam a emergir na China, assinalou Gil.
"O interesse dos brasileiros pela China foi crescendo na medida em que a China foi se tornando um país mais desenvolvido com influência cada vez maior no palco internacional", disse o músico.