Faixa de Gaza, em 17 de agosto de 2025. (Foto: Mohammad Abu Ghosh/Xinhua)
Uma autoridade israelense anônima disse à Xinhua na segunda-feira que Israel recebeu a resposta do Hamas à proposta de cessar-fogo em Gaza, que inclui disposições sobre a libertação de reféns, mas uma resposta formal ainda não foi emitida.
O movimento Hamas e outras fações palestinas anunciaram sua concordância com a proposta de cessar-fogo em Gaza, apresentada por mediadores egípcios e catarianos, de acordo com um comunicado do Hamas na segunda-feira.
Uma fonte do Hamas revelou que Cairo e Doha entrarão em contato com o Enviado Especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, para avançar no processo de negociação com Israel, com o objetivo de chegar a um acordo final.
Segundo fontes palestinas, a proposta estipula um acordo de troca de prisioneiros que inclui a libertação de 10 reféns israelenses vivos em troca da libertação de 140 prisioneiros palestinos que cumprem penas de prisão perpétua e outros 60 que cumprem penas superiores a 15 anos.
A proposta também inclui a entrada de ajuda humanitária urgente na Faixa de Gaza, imediatamente após a entrada em vigor do acordo, incluindo combustível, água e eletricidade, bem como a reabilitação de hospitais e padarias, e o fornecimento de equipamentos necessários às equipes de resgate para remover os escombros.
Pessoas participam de um protesto em Tel Aviv, Israel, em 17 de agosto de 2025. (Foto: Chen Junqing/Xinhua)
As Nações Unidas e suas agências, juntamente com o Crescente Vermelho e organizações internacionais que operam na Faixa de Gaza, serão responsáveis pela distribuição da ajuda.
Enquanto isso, fontes egípcias confirmaram ao canal de TV egípcio Al Qahera News que a proposta inclui a suspensão temporária das operações militares e a realocação das forças israelenses, para facilitar a entrada de ajuda suficiente para atender às necessidades da Faixa de Gaza.
Durante a pausa, uma troca de prisioneiros está prevista, envolvendo a libertação de 10 detidos israelenses vivos e 18 corpos — metade dos 36 corpos mantidos pelo Hamas — em troca de vários prisioneiros palestinos.
De acordo com fontes egípcias, as discussões sobre um acordo abrangente ou um cessar-fogo permanente começarão imediatamente após a trégua entrar em vigor.
Após o acordo do Hamas, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que o Hamas está "sob imensa pressão" para aceitar os termos de Israel para um acordo de cessar-fogo em troca de reféns.
Em uma declaração em vídeo, Netanyahu também disse que discutiu com o ministro da Defesa, Israel Katz, e o chefe militar, Eyal Zamir, o plano de seu gabinete para "conquistar" a Cidade de Gaza e empurrar centenas de milhares de palestinos para o sul.
Ele não informou quando a nova ofensiva, que atraiu críticas internacionais pelo impacto esperado no enclave já devastado, começaria.
Mediadores têm buscado retomar as negociações sobre uma trégua na ofensiva, que criou uma grave crise humanitária em Gaza. O último cessar-fogo entre Israel e o Hamas, parte de um acordo em fases que incluía a libertação de reféns, foi encerrado por Israel em março.
A ofensiva israelense e o bloqueio a Gaza deixaram grande parte do território em ruínas e criaram condições de fome. Pelo menos 62.004 pessoas foram mortas desde o início da guerra em outubro de 2023, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.
As mortes por fome aumentam diariamente, segundo autoridades de saúde. Até segunda-feira, pelo menos 263 pessoas — incluindo 112 crianças — morreram de fome em Gaza.