China pede que Israel interrompa as operações militares em Gaza

Fonte: Diário do Povo Online    28.08.2025 15h17

Um enviado chinês pediu na quarta-feira (27) que Israel interrompa imediatamente suas operações militares em Gaza.

O conflito em Gaza se arrasta há quase 700 dias, mergulhando Gaza num caos, com 2 milhões de habitantes de Gaza presos numa profunda catástrofe causada pelo homem e mais de 1 milhão de pessoas enfrentando insegurança alimentar emergencial, disse Geng Shuang, representante permanente adjunto da China nas Nações Unidas.

"A comunidade internacional precisa esgotar todos os esforços possíveis para evitar uma maior deterioração", disse ele ao Conselho de Segurança.

"A violência não pode trazer segurança, nem a força pode conquistar a paz", ponderou Geng. As contínuas e crescentes ofensivas militares de Israel têm resultado na perda de inúmeras vidas inocentes todos os dias, acrescentou. "Instamos Israel a atender aos fortes apelos da comunidade internacional, cessar imediatamente suas operações militares em Gaza e interromper imediatamente seus movimentos perigosos que aumentam as tensões."

O ataque israelense ao Hospital Nasser, em Gaza, na segunda-feira (25), matou mais de 20 civis, incluindo jornalistas e profissionais de saúde, criando uma tragédia horrenda. "Israel continua avançando com seu plano militar para tomar Gaza. O plano, uma vez implementado, inevitavelmente levará a mais derramamento de sangue e deslocamentos, aumentando o perigo e a insegurança que tanto o povo de Gaza quanto os reféns detidos enfrentam", avaliou Geng.

"A China se opõe e condena todas as ações que prejudiquem civis, danifiquem a infraestrutura civil e violem o direito internacional", disse ele. Violações do direito internacional humanitário são inaceitáveis; a militarização de suprimentos humanitários é inaceitável; e mecanismos militarizados de distribuição de ajuda são inaceitáveis, acrescentou Geng.

O maior desafio para ampliar a assistência humanitária em Gaza não tem sido a escassez de suprimentos ou a incompetência das Nações Unidas e de outras agências humanitárias, observou Geng. "Em vez disso, sempre foi a falta de vontade política de Israel e os obstáculos deliberadamente criados."

A China apela a Israel para que cumpra as suas obrigações como potência ocupante, nos termos do Direito Internacional Humanitário, abrindo todas as passagens de fronteira, restaurando totalmente o acesso humanitário e apoiando as Nações Unidas na prestação de assistência em conformidade com os princípios humanitários, afirmou.

A recente aprovação por Israel de um plano de expansão dos assentamentos na área E1 da Cisjordânia minará gravemente a contiguidade do território palestino, em detrimento da fundação do Estado palestino, afirmou Geng. A comunidade internacional deve revigorar a perspetiva política da solução de dois Estados com a máxima urgência, rejeitar firmemente qualquer deslocamento forçado do povo palestino e opor-se a quaisquer tentativas perigosas de anexação da Cisjordânia e de Gaza, acrescentou.

Atualmente, a situação no Oriente Médio permanece complexa e frágil, com múltiplas questões críticas interligadas. No entanto, a questão palestina continua a ser central para a questão do Oriente Médio, afirmou.

A China apoia o Conselho de Segurança na tomada de todas as medidas necessárias para alcançar um cessar-fogo, pôr fim aos combates em Gaza e aliviar o desastre humanitário. A China apela aos países, em particular àqueles com influência significativa sobre as partes envolvidas, para que mantenham uma posição justa e responsável e desempenhem um papel construtivo, afirmou.

A China continuará a trabalhar com a comunidade internacional para pôr fim ao conflito em Gaza, avançar na implementação da solução de dois Estados e, finalmente, alcançar uma solução abrangente, justa e duradoura para a questão palestina, para que tanto palestinos quanto israelenses possam viver em tranquilidade e felicidade compartilhadas, enfatizou.

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)
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