Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, declarou na quarta-feira (17) que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus co-réus não sofreram "perseguição política" e que as sanções dos EUA contra o Brasil com base nesse argumento são extremamente injustas.
Barroso, falando numa conferência sobre o julgamento de Bolsonaro, refutou as alegações dos EUA de que o ex-presidente brasileiro e seus co-réus foram submetidos a "perseguição política".
Segundo ele, é extremamente injusto punir o Brasil, seu povo, empresas e trabalhadores por um veredito baseado em evidências e sob o escrutínio da mídia internacional. Da mesma forma, é injusto punir juízes que desempenharam suas funções com bravura e independência.
Barroso enfatizou que o veredito neste caso foi baseado em evidências sólidas, incluindo confissões dos envolvidos sobre o plano de assassinato do atual presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e do ministro do STF.
No dia 11, o STF considerou Jair Bolsonaro culpado de conspiração golpista e o condenou a 27 anos e três meses de prisão. Bolsonaro se tornou o primeiro ex-presidente da história brasileira a ser condenado por conspiração golpista.
No mesmo dia o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, fez uma publicação nas redes sociais, chamando o caso de "perseguição política" e afirmando que os EUA tomariam as medidas cabíveis. Segundo relatos da mídia americana, o governo americano pode impor tarifas adicionais ao Brasil e sancionar todos os juízes da Suprema Corte brasileira que condenaram Bolsonaro.
Durante o julgamento, o presidente dos EUA, Trump, pressionou o governo Lula a suspender a investigação judicial contra Bolsonaro, alegando que ele estava sendo submetido a "perseguição política". Ele também impôs uma tarifa adicicional de 40% sobre as exportações brasileiras para os EUA e sancionou o ministro do STF Alexandre de Moraes. Isso gerou fortes críticas do governo brasileiro e da opinião pública.