
As exportações de café do Brasil, maior produtor e exportador mundial do grão, registraram uma mudança significativa em seus destinos em outubro, com um salto histórico para a China, que se tornou o sexto maior comprador de café brasileiro, revelou na quarta-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
De acordo com o relatório da organização, o país asiático comprou 211.782 sacas de 60 quilos, um aumento de 176,42% em comparação ao mesmo mês de 2024 (76.617 sacas). A lista foi liderada pela Alemanha (609.570 sacas) e pela Itália (360.738 sacas).
Os Estados Unidos ficaram em terceiro lugar, com 347.532 sacas, representando uma queda de 54,37% em relação ao ano anterior (761.500 sacas) devido às tarifas impostas pelo governo Trump.
Em outubro, o Brasil exportou um total de 4,14 milhões de sacas de café, uma queda de 20% em comparação com o mesmo mês de 2024 (5,17 milhões). No entanto, a receita aumentou 12,6%, para US$ 1,65 milhão, graças à alta dos preços internacionais do produto.
No acumulado do ano até outubro, o Brasil exportou 33,279 milhões de sacas, 20,3% a menos que as 41,769 milhões de sacas exportadas no mesmo período de 2024, enquanto a receita em dólares americanos cresceu 27,6%, para US$ 12,7 milhões.
"O aumento da receita se deve à alta dos preços internacionais", explicou Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, em comunicado.
O executivo anunciou que, embora já se achem "blends sem café brasileiro" no mercado americano, a instituição e o setor buscam incluir o café brasileiro na seção 2 (modificações tarifárias) do decreto executivo para permitir sua importação com tarifa zero.