As Forças Armadas da Guiné-Bissau anunciaram no dia 26, em declaração transmitida pela televisão estatal, que os militares assumiram o “controle total” do poder no país, em resposta ao que chamaram de “tentativas de alguns atores políticos de abalar a estabilidade nacional”.
O porta-voz Dinis N’Tchama, do autodenominado “Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e da Ordem Pública”, afirmou na declaração televisiva que o presidente Umaro Sissoco Embaló foi destituído. O comando anunciou a dissolução de “todas as instituições públicas”, a suspensão das “atividades de todos os meios de comunicação” e do “processo eleitoral em curso”, além de ordenar o fechamento de todas as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas do país.
A declaração também anunciou que os militares imporiam um toque de recolher obrigatório das 19h daquele dia até as 6h do dia seguinte, até nova ordem.
As eleições presidenciais e legislativas da Guiné-Bissau começaram oficialmente no dia 23. Umaro Sissoco Embaló concorria à reeleição.
Segundo a mídia local, pelas 13h do dia 26, horário local, foram ouvidos tiros intensos perto do Palácio Presidencial, no centro de Bissau. Pessoas próximas correram para se abrigar, e logo depois militares passaram a controlar as principais vias de acesso ao palácio.
Fontes informaram a Xinhua que várias autoridades de alto escalão foram detidas, incluindo o ministro do Interior, Boché Candé, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Biague Na Ntan, e o vice-chefe do Estado-Maior, Mamadu Touré.
Segundo observações de repórteres da Xinhua, até o momento da publicação, a capital Bissau havia reposto a calma. Devido à proximidade do toque de recolher, havia menos pessoas e veículos nas ruas, e grandes contingentes militares estavam posicionados em vários pontos estratégicos.
A Embaixada da China na Guiné-Bissau emitiu, no mesmo dia, um alerta consular de emergência, recomendando que cidadãos chineses no país reforcem as medidas de segurança.
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