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Carta do Japão ao secretário-geral da ONU "cheia de opiniões errôneas e mentiras hipócritas", diz porta-voz chinês

Fonte: Diário do Povo Online    03.12.2025 08h31

A carta do Japão endereçada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, está repleta de opiniões errôneas e mentiras hipócritas, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, na terça-feira.

Lin declarou em uma coletiva de imprensa regular que as declarações errôneas da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan, desafiam abertamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial e a ordem internacional do pós-guerra, constituindo uma grave violação dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas. A carta da China ao Secretário-Geral da ONU, expondo sua posição solene, foi totalmente justificada e necessária.

Ele afirmou que a carta do lado japonês está repleta de opiniões errôneas e mentiras. O lado japonês mencionou na carta a chamada "posição consistente" sobre a questão de Taiwan. Mas quanto ao que exatamente seria essa "posição consistente", o lado japonês continua a se esquivar da pergunta e ainda não deu uma resposta direta à China.

"Perguntamos mais uma vez ao lado japonês: o governo japonês pode fornecer à comunidade internacional uma explicação completa e precisa de sua 'posição consistente' sobre a questão de Taiwan, conforme estabelecido nos quatro documentos políticos entre os dois países?", disse Lin.

Ele afirmou que o lado japonês alega que o Japão adere a uma "estratégia de defesa passiva, que é exclusivamente orientada para a defesa", e afirma que as declarações de Takaichi se baseiam nessa posição. Taiwan é território chinês. Como resolver a questão de Taiwan é uma questão interna da China e não admite interferências externas. No entanto, Takaichi vinculou a "situação de ameaça à sobrevivência" do Japão a uma "contingência de Taiwan", insinuando o uso da força contra a China.

"É isso que significa a 'estratégia de defesa passiva, que é exclusivamente orientada para a defesa' do lado japonês?", questionou Lin.

Lin disse que o Artigo 2(4) do Capítulo I da Carta das Nações Unidas estipula que "Todos os Membros devem abster-se, em suas relações internacionais, da ameaça ou do uso da força".

"Como líder de um país derrotado na Segunda Guerra Mundial, Takaichi ameaçou um país vitorioso com o uso da força em caso de uma 'situação de risco de sobrevivência'. Como o lado japonês pode ter a audácia de afirmar que 'sempre respeitou e aderiu ao direito internacional, incluindo a Carta da ONU'?", questionou.

O lado japonês também insinua acusações sobre o desenvolvimento da defesa e as "medidas coercitivas" de outros países. Isso nada mais é do que uma tentativa de transferir a culpa, acrescentou.

Na verdade, desde a derrota do Japão, as forças de direita dentro do país nunca cessaram de tentar encobrir seu histórico de agressão. O Japão aumentou seu orçamento de defesa por 13 anos consecutivos, removeu a proibição do exercício do direito à autodefesa coletiva, relaxou as restrições às exportações de armas mais de uma vez, desenvolveu a capacidade de atacar bases inimigas, tentou alterar os "três princípios não nucleares", esvaziou ainda mais as disposições sobre o Japão claramente estipuladas na Declaração do Cairo e na Proclamação de Potsdam e descumpriu os compromissos assumidos em sua Constituição, afirmou.

Lin referiu que é o lado japonês, e não outros, que tem se empenhado na expansão prolongada de suas capacidades militares, adotando medidas coercitivas e tentando mudanças unilaterais no status quo, apesar da oposição dos países vizinhos. Ele acrescentou que, diante de todos esses motivos, a Missão Permanente da China junto à ONU enviou mais uma vez uma carta ao Secretário-Geral da ONU, reiterando a firme posição chinesa.

Observando que este ano marca o 80º aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Mundial Antifascista, ele disse que a China se opõe firmemente à reversão do curso da história por parte do Japão, ao desafio à ordem internacional pós-guerra e à homenagem aos militaristas.

"Instamos mais uma vez o lado japonês a fazer uma profunda reflexão, retificar seus erros, cumprir suas obrigações como país derrotado, tomar medidas práticas para honrar seus compromissos com a China e a comunidade internacional, e parar de renegar suas palavras", disse Lin.

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