
Anúncios de emprego em um site de recrutamento japonês, buscando criadores para produzir conteúdo crítico à China e favorável ao Japão, geraram reação negativa, com usuários de redes sociais questionando o financiamento por detrás dos projetos e exigindo maior transparência e investigação.
De acordo com reportagens da mídia japonesa, anúncios de emprego inadequados surgiram recentemente na plataforma de recrutamento local Cloud Works. Esses anúncios buscavam criadores para produzir conteúdo supostamente "crítico à China" e "elogioso do Japão".
O trabalho incluía escrever roteiros para vídeos do YouTube e editá-los usando imagens geradas por IA e outras ferramentas. Os honorários para roteiristas variavam de 1.500 (cerca de US$ 9,65) a 5.000 ienes, enquanto os honorários para edição variavam de 2.000 a 7.000 ienes.
Com base nos anúncios de emprego analisados pelo jornal Asahi Shimbun, os requisitos especificavam que os vídeos deveriam criticar a China e elogiar o Japão.
Algumas vagas de emprego chegaram a dar exemplos, como a produção de vídeos que inventavam histórias de chineses causando problemas, demonstrando falta de moral e, por fim, sofrendo as consequências.
Além de difamar a China, as vagas também exigiam a produção de vídeos elogiando a cultura japonesa e exibindo as tecnologias avançadas de empresas japonesas.
Após as denúncias chamarem a atenção, a plataforma de recrutamento removeu as vagas da visualização pública em 3 de dezembro, alterando seu status para privado. A Cloud Works afirmou que o projeto provavelmente terá violado proibições em seus regulamentos e foi retirado do ar.
Embora a Cloud Works não tenha divulgado quantas vagas foram removidas, o jornal Asahi Shimbun noticiou que, de novembro de 2024 a novembro de 2025, pelo menos 14 vagas de emprego foram publicadas. Todas envolviam a produção de vídeos promovendo posições anti-China, e um total de 31 pessoas assinaram contratos de trabalho.
Essas vagas de emprego geraram fortes críticas de internautas japoneses.
Um comentarista afirmou que permitir que o dinheiro distorça — ou mesmo fabrique — a opinião pública levaria inevitavelmente ao colapso dos países democráticos, exigindo uma investigação minuciosa e a responsabilização dos culpados.

Alguns comentaristas afirmaram que slogans como "O Japão se tornará forte" e "A China entrará em colapso em breve" são narrativas comuns nesses vídeos, acrescentando que não passam de ilusões.
Alguns cidadãos japoneses disseram que o episódio simbolizava o declínio do Japão. "De certa forma, isso é uma forma de direcionamento de opinião e manipulação de impressões. Quando dissemina ódio, terá um impacto negativo no Japão", disse um comentarista.
Outros questionaram o financiamento por detrás dos vídeos. "A origem do financiamento para esse tipo de conteúdo é altamente suspeita. Se o dinheiro dos impostos estiver sendo usado para gastos secretos ou subsídios partidários, isso seria absolutamente imperdoável", disse outro.