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Primeiro-ministro finlandês pede desculpas por publicações de parlamentares

Fonte: Diário do Povo Online    19.12.2025 14h56

O primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, pediu desculpas na quarta-feira (17) por publicações racistas em redes sociais feitas por membros do Partido Finlandês, de direita, parceiro na coalizão governista, afirmando que o racismo e a discriminação não têm lugar na sociedade finlandesa.

O pedido de desculpas foi compartilhado nas contas de redes sociais das embaixadas finlandesas na China, Japão e Coreia do Sul, em resposta a imagens ofensivas publicadas por alguns parlamentares. As publicações mostravam indivíduos puxando os cantos dos olhos, um gesto amplamente condenado como racista contra asiáticos.

"Essas publicações não refletem os valores de igualdade e inclusão da Finlândia", disse Orpo. "Nossa mensagem na Finlândia e para todos os nossos amigos no exterior é que o governo leva o racismo a sério e está comprometido em combatê-lo."

A controvérsia segue um incidente anterior envolvendo a detentora do título de Miss Finlândia, Sarah Dzafce, que apareceu em uma publicação de uma amiga nas redes sociais, com os olhos puxados, sob a legenda "comendo com um chinês". A imagem gerou ampla repercussão negativa e levou a organização do concurso Miss Finlândia a destituir Dzafce de sua coroa em 11 de dezembro.

Após o ocorrido, vários políticos finlandeses de direita publicaram imagens semelhantes online, argumentando que a decisão de revogar o título da vencedora do concurso foi desproporcionalmente severa.

As ações geraram críticas generalizadas em toda a Ásia Oriental. Nas redes sociais chinesas, os usuários expressaram indignação, com muitos dizendo que estavam reconsiderando seus planos de viagem para a Finlândia. Um estudante chinês de doutorado na Finlândia escreveu: "Não consigo acreditar que em um país que se orgulha da igualdade, do progresso e da luta contra a discriminação, tais ações ainda possam ser vistas".

Petição lançada

Um japonês que vive na Finlândia lançou uma petição online pedindo uma investigação sobre a discriminação anti-asiática e medidas de melhoria, que já havia reunido mais de 33.000 assinaturas até quinta-feira (18). Internautas chineses também iniciaram petições semelhantes, exigindo que os políticos envolvidos reconheçam publicamente o gesto como racista e peçam desculpas formalmente à comunidade asiática.

Os parlamentares finlandeses em questão — Kaisa Garedew, Juho Eerola e o membro do Parlamento Europeu Sebastian Tynkkynen — reagiram de maneiras diferentes à controvérsia.

Eerola emitiu um pedido de desculpas, enquanto Tynkkynen disse que o gesto não tinha a intenção de ofender ninguém. No entanto, Garedew disse à mídia local que não acreditava que precisasse pedir desculpas. O grupo parlamentar do Partido Finlandês deveria se reunir na quinta-feira para discutir possíveis sanções contra os parlamentares.

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