A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou ontem (22) dois relatórios, "Perspectivas de Imigrações Internacionais 2015" e "Síntese sobre a Crise de Refugiados", nos quais indica que os países membros da OCDE estão enfrentando uma crise sem precedente de refugiados, sendo necessária uma ação conjunta no âmbito internacional.
O secretário-geral da OCED, José Angel Gurria, disse que os líderes dos países europeus devem tomar as medidas necessárias para responder ao desafio, a fim de ajudar a Europa a sair, económica e politicamente, da crise de refugiados. Ele acredita que a Europa tem capacidade e experiência suficiente para realizar a meta.
Segundo as estatísticas publicadas pela União Europeia, até o final deste agosto, foram registrados mais de 500 mil refugiados a atravessar a fronteira da Europa. O número é quase duas vezes superior ao registrado nos 12 meses do ano passado. Este ano, a Europa poderá receber mais de um milhão de pedidos de asilo. Um máximo de 450 mil pessoas deverão conseguir obter a autoridade de residência permanente na Europa.
Segundo Gurria, os países europeus necessitam de buscar uma solução para dividir a responsabilidade de forma justa e equilibrada, a fim de garantir o direito de viver dessas pessoas que sofrem de dificuldades. O governo deve elaborar medidas a médio e longo prazo para resolver a questão, incluindo promover alguns projetos para ajudar os refugiados a se integrarem ao país onde habitam. Gurria reiterou ainda que os imigrantes não são fardos pesados, mas verdadeiras fortunas.
A entidade indicou no "Perspectivas de Imigrações Internacionais 2015", que além do mecanismo de asilos, a maioria dos imigrantes entrou na Europa de forma legal. Segundo o documento, cerca de 4,3 milhões de pessoas conseguiram residência permanente nos países da OCDE em 2014, apresentando um aumento de 6% em relação ao ano de 2013. Além disso, os países da OCDE emitiram um sinal positivo aos imigrantes no mercado de emprego. A taxa de emprego dos imigrantes nos países da OCDE subiu 1,3% entre 2011 e 2014.