JOANESBURGO, 8 de dezembro (Diário do Povo Online) - "Quando os chineses vieram para a África para cooperar conosco, minha mente começou, pela primeira vez, a pensar no futuro da África, algo que eu nunca poderia ter imaginado durante o período da colonização da África pelos países ocidentais", disse o presidente sul-africano Jacob Zuma durante uma entrevista à mídia chinesa concedida após a conclusão bem sucedida do Fórum de Cooperação China-África.
"Estamos muito gratos pela compreensão chinesa das dificuldades e desafios que a África enfrenta, agradecemos aos líderes chineses e ao povo chinês por enfrentá-los ombro a ombro conosco. Xi Jinping anunciou ao mundo, na mensagem proferida na cerimônia de abertura da cimeira, que a China é o nosso verdadeiro amigo e parceiro," sublinhou Zuma, acrescentando que os resultados obtidos na Cimeira de Joanesburgo são muito mais do que o esperado e que a maior realização da cimeira é o anúncio das novas iniciativas de cooperação entre a China e a África pelo presidente chinês, Xi Jinping.
"A África do Sul e até mesmo toda a África está satisfeita com os resultados frutíferos da reunião. Agora é começar a pensar como implementar o programa de cooperação África-China", afirmou Zuma dizendo que esta era a primeira cimeira do Fórum da Cooperação África-China realizada no continente. Ela tem importância histórica e vai ter um profundo impacto sobre a promoção da cooperação China-África.
Zuma elogiou o conceito proposto pelo presidente Xi Jinping no sentido de apoiar o autodesenvolvimento e o desenvolvimento sustentável dos países africanos, dizendo que "os 'dez programas de cooperação' anunciados pelo presidente Xi Jinping na cimeira demonstram mais uma vez que a China realmente entende as dificuldades da África, ou seja, os programas são elaborados após serem discutidos com os países africanos em vez de serem elaborados unilateralmente, correspondendo à esperança dos líderes e dos povos africanos".
"A cooperação África-China se baseia na confiança e benefício mútuos". A China está ansiosa do que a África anseia, pensa o que a África está pensando, está disposta a ajudar a África a melhorar a sua infraestrutura, especialmente nos transportes, promovendo o desenvolvimento econômico de ambos os lados. A China está disposta a ajudar a África na formação de recursos humanos, portanto o número do pessoal técnico no continente vai aumentar significativamente, disse Zuma.
Sobre a paz e segurança na África, Zuma disse que no continente africano ainda há conflitos e violência e que a China fez importantes contribuições para a manutenção da paz e a estabilidade na região, oferecendo ajuda gratuita na formação e operação de um exército permanente e da força de reação rápida à crise.
Zuma disse que os países africanos precisam pensar seriamente sobre como aproveitar as oportunidades da cooperação África-China para trabalhar eficazmente em todas as áreas.
Sobre as vozes que dizem que a China está saqueando os recursos e estabelecendo o "neocolonialismo" na África, Zuma disse que os países ocidentais não devem intervir nos assuntos africanos, mas eles ainda controlam a vida econômica de alguns países no continente e que continuam a dominar indiretamente a África. "Por exemplo, os bancos criados pelos países ocidentais são ferramentas de controle da África. Fomos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) pedir ajuda para resolver nossas dificuldades, mas o FMI formula uma série de condições, resultando na piora da situação da África".
Zuma acredita que a cimeira anunciou muito claramente ao mundo que a China não tem vindo à África para pilhar e colonizar, mas sim para realmente ajudar a África a se desenvolver. "No passado, dissemos aos colonizadores que precisávamos de uma estrada, mas ninguém se importava. Agora, se comunicamos isso à China, ela vai se sentar com a gente para discutir como construir estradas".
Zuma disse que "a China tem ajudado na nossa independência política, a China está agora nos ajudando a nos desenvolver para alcançar a independência econômica. Com ela, poderemos tomar decisões por nós mesmos sobre os nossos próprios assuntos".
Revisão: Rafael Lima