Porta-aviões Liaoning

O Segundo porta-aviões da China, atualmente em construção, estará focado mais em operações militares do que em treinamento de pessoal e testes com equipamentos, informou um pesquisador militar chinês de alta patente.

“Este porta-aviões terá uma missão diferente daquelas do Liaoning (o primeiro porta-aviões do país),” informou o capitão Zhang Junshe ao jornal oficial do Exército Popular de Libertação (EPL), na sexta-feira. Zhang Junshe é vice-diretor do Instituto Naval de Pesquisa e Estudos Militares do EPL.

"Nós usamos o Liaoning para testar a confiabilidade e a compatibilidade dos sistemas no porta-aviões, e para treinamento de pessoal. O segundo navio será principalmente para fazer o que um porta-aviões de verdade é feito para fazer: patrulhas de combate e missões de ajuda humanitária."

Zhang disse que a China precisa urgentemente de um segundo porta-aviões uma vez que o país está buscando melhorar os seus sistemas de defesa e melhor salvaguardar os interesses nacionais.

"O EPL precisa de pelo menos três porta-aviões. Quando isso acontecer, um poderá estar em operação, um poderá ser destinado ao treinamento de pessoal e terceiro poderá estar em manutenção", disse ele.

O segundo porta-aviões da China está em construção na cidade costeira de Dalian, na província de Liaoning, informou o porta-voz do Ministério da Defesa, Yang Yujun, durante uma coletiva de imprensa em Pequim na quinta-feira passada.

O Liaoning é originalmente um navio do período soviético e foi quase totalmente reequipado em um estaleiro de Dalian antes de entrar em operação em setembro de 2012.

Novas Tecnologias

O novo porta-aviões, que foi projetado na China e terá 50 mil toneladas de deslocamento, contará com um sistema de energia convencional e carregará os jatos J-15 de fabricação chinesa, além de outras aeronaves, disse Yang.

O navio vai contar com uma rampa de lançamento para aeronaves de asa fixa, igual ao Liaoning, acrescentou.

Zhang disse que os três maiores sistemas do novo porta-aviões (energia e propulsão, sistemas eletrônicos e de armas) serão todos desenvolvidos internamente pela China e que terão capacidades superiores aos do Liaoning.

Ele disse que a China irá considerar o desenvolvimento de um porta-aviões movido por energia nuclear apenas depois de se ter ganhado experiência o bastante com a operação de tais navios de grande porte.

Chen Xuesong, pesquisador do Instituto Naval de Pesquisa e Estudos Militares do EPL, disse acreditar que o novo porta-aviões, que está sendo construído por partes que serão montadas posteriormente, será um grande desafio para os engenheiros chineses.

Qualidade Garantida

"Embora nós tenhamos ganhado experiência e know-how com o projeto de reequipamento do Liaoning, o novo navio vai ser a primeira vez que nós projetamos e construímos um porta-aviões de verdade", disse Chen ao jornal China Daily. "Nossos engenheiros devem se assegurar que o projeto da parte estrutural do navio seja bom, e garantir a qualidade das peças de aço."

Além do segundo porta-aviões em si, a China está de olho em uma série de tecnologias de ponta que poderão ser utilizadas nos próximos navios.

A China Shipbuilding Industry Corp, que reequipou o Liaoning e está construindo o segundo porta-aviões, tem realizado pesquisas sobre navios de propulsão nuclear desde 2013.

Du Wenlong, pesquisador da Academia de Ciências Militares do EPL, já havia dito ser muito possível que a próxima geração de porta-aviões da Marinha da China fosse equipada com propulsão nuclear.

A China já tem submarinos nucleares que requerem tecnologias altamente sofisticadas e alta capacidade de fabricação, de modo que desenvolver um porta aviões nuclear não será difícil, disse ele.

Edição: Rafael Lima