As autoridades sanitárias angolanas anunciaram que estão a criar condições para que não haja ruturas de medicamentos, como a que foi registada este ano devido às fortes chuvas e que multiplicou os casos e óbitos por malária.
A informação foi hoje avançada pelo coordenador do Programa Nacional de Combate à Malária, Filomeno Fortes, à margem da cerimónia de assinatura de um financiamento de 60 milhões de dólares (53,5 milhões de euros) pelo Fundo Global para o combate à malária e HIV/SIDA.
Filomeno Fortes disse que depois de o país ter vivido até maio um surto epidémico de malária, a principal causa de morte em Angola, devido à elevada quantidade de chuva registada no país, agora o número de casos e de óbitos tende a diminuir.
Segundo avançou hoje o responsável no fórum técnico sobre Doenças Parasitárias em Angola, o país registou no primeiro trimestre deste ano 4.000 mortes, contra os 2.000 de anos anteriores, e um total de 2,1 milhões de casos de malária, mais 1,1 milhões de casos do que em períodos anteriores.
O responsável de saúde angolano referiu que os 30 milhões de dólares beneficiados pelo programa têm como prioridade a aquisição de medicamentos, testes de diagnóstico, redes mosquiteiras e o reforço do programa ao nível das províncias.
"Temos uma estimativa anual de cerca de quatro milhões de casos clínicos e para isso normalmente precisamos de seis milhões de testes para esses casos e precisamos de cinco milhões para tratar, esses que são diagnosticados clinicamente e aqueles que são presumivelmente tratados como se fosse malária", adiantou Filomeno Fortes.
A província de Luanda, capital do país, continua a merecer preocupação, segundo Filomeno Fortes, seguindo-se as regiões norte - Uíge, Zaire, Cabinda, Cuanza Norte, Malange, Lunda Norte e Lunda Sul.
"Estamos a criar condições para que se voltar-se a repetir um aumento da pluviosidade a partir do mês de setembro, como aconteceu o ano passado, que não haja rutura nem de medicamentos, nem de testes de diagnóstico e estamos a reforçar as medidas preventivas no âmbito da luta anti vetorial e também na campanha de redes mosquiteiras que já tínhamos iniciado em 2014 e que pretendemos continuar em 2017", salientou.
Fonte: Agência Lusa