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Dilma Rousseff denuncia “golpe” perante senado

Fonte: Diário do Povo Online    30.08.2016 09h50
Dilma Rousseff denuncia “golpe” perante senado
Dilma Rousseff comparece na sessão do processo de impeachment, em Brasília.
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A presidente suspensa do Brasil, Dilma Rousseff, falou na segunda-feira em sua defesa durante uma das mais aguardadas sessões do processo de destituição, denunciando-o de “golpe”.

Durante um discurso de 45 minutos perante os senadores que decidirão o seu destino na terça-feira, Rousseff negou as acusações de ser “criminalmente responsável” por alegados problemas fiscais durante a sua administração, apelidando as acusações de “injustas e arbitrárias”.

Durante um discurso marcado por momentos de emoção, Rousseff afirmara que “Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria atos contrários aos interesses daqueles que me elegeram”.

A primeira presidente do sexo feminino do Brasil foi reeleita para um segundo mandato em 2014 com mais de 54 milhões de votos, mas teve dificuldades em governar o país praticamente desde o primeiro dia que renovou as suas funções, face a uma oposição agressiva e galvanizada (que perdera por uma pequena margem), uma economia titubeante e um descontentamento generalizado com uma classe governante corrupta.

Rousseff afirmou que o julgamento se tratava de uma retaliação contra os esforços do seu governo de combater a corrupção.

“Assegurei a autonomia do Ministério Público, nomeando como Procurador Geral da República o primeiro nome da lista indicado pelos próprios membros da instituição. Não permiti qualquer interferência política na atuação da Polícia Federal”, disse.

Muitos observadores políticos constataram que Rousseff nunca fora acusada de corrupção, contrariamente a inúmeros legisladores com o poder para decidir o futuro da presidente no processo de impeachment.

“Não luto pelo meu mandato por vaidade ou por apego ao poder… Luto pela democracia, pela verdade e pela justiça. Luto pelo povo do meu País...”, disse Rousseff.

Para que Rousseff abandone o cargo são necessários dois terços dos votos, ou seja, 54 dos 81 senadores.

No caso de se confirmar o afastamento de Dilma Rousseff, o que muitos acreditam vir a acontecer, o atual presidente interino Michel Temer, afiliado ao PMDB, tomará as rédeas do país até 2018.


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