Nova York, 21 fev (Xinhua) -- Cerca de 1000 nova-iorquinos reuniram-se na Times Square, apelidada de "Encruzilhada do Mundo" no domingo, para mostrar solidariedade com a comunidade muçulmana de Nova York, em protesto contra a política de imigração do presidente dos EUA, Donald Trump.
"Estamos aqui hoje para mostrar à América Central os nossos belos sinais e, através de nossas belas ações e intenções, que eles foram enganados," disse o magnata do Hip Hop Russell Simmons, co-anfitrião da manifestação "Hoje também sou muçulmano," disse aos manifestantes em um palco montado na esquina da 48th Street com a Broadway, contra o pano de fundo de uma bandeira americana.
"Nos reunimos por causa de Donald Trump," disse Simmons. "Queremos agradecê-lo por nos reunir."
Outro dos organizadores do evento, o Imam Shamsi Ali, um proeminente estudioso muçulmano, disse que a manifestação não foi apenas para a fé muçulmana.
"Esta manifestação hoje é para os Estados Unidos, porque o mal que acontece à comunidade muçulmana, que é parte integrante desta nação, é prejudicial para todos os americanos."
Linda Sarsour, diretora da Associação Árabe-Americana de Nova York, pediu a outros moradores que se comprometesse e não deixassem a história se repetir.
Trump assinou uma ordem executiva no dia 27 de janeiro, proibindo temporariamente todas as pessoas de sete países na maioria muçulmanos e quase todos os refugiados de entrar nos Estados Unidos.
A ordem foi suspensa, já que juízes em todo o país têm questionado a sua constitucionalidade.
Apesar dos desafios legais à proibição de viajar, a administração Trump prometeu uma versão revisada já nesta semana.
Os manifestantes, segurando placas incluindo "EU TAMBÉM SOU MUÇULMANO", "Nós, o povo" e "Proíba o muro e não os imigrantes", cantaram "não é o meu presidente" e "hey hey, ho ho, Donald Trump tem que sair."
"Eu sou um imigrante, estou aqui para apoiar a causa, minha família é imigrante, estou aqui para apoiar todos os muçulmanos e todos os imigrantes da América," disse Beatrize Ramirez, uma mulher branca de 20 anos, à Xinhua.
Savria Symist, que é negra e também com 20 anos, concordou. "A América é construída sobre imigrantes, somos todos imigrantes, minha família também é imigrante, e sinto que tudo isso precisa parar."
"Queremos que o mundo inteiro saiba que a América não é um país cheio de pessoas racistas," disse Joe Ronson, um músico branco.
"Ainda há muitas pessoas que estão aqui para mostrar suporte e para apoiar o que realmente é a América, que é mais igualdade, tolerância, e você pode ver (simbolizada pela) a estátua da liberdade."