Com a criação do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e da Universidade de Macau (UM), em 1991, abrem-se as portas do ensino superior em Macau e, com ele, passaram a surgir os primeiros cursos de língua portuguesa e de tradução de nível superior.
Os alunos (quase sempre de Macau) que procuravam o curso de tradução, tanto na Escola Técnica como no IPM e na UM, ambicionavam entrar na função pública local.
“Este perfil de aluno ainda existe”, assinala, aludindo às condições competitivas oferecidas na carreira de tradutor da Administração Pública (que mantém a matriz portuguesa), que vigoram até aos dias de hoje, e constituem um argumento de peso para alavancar o interesse por esta carreira entre os locais.
Sem grandes surpresas, a segunda grande revolução no ensino da língua portuguesa no território, viria a ocorrer após o retorno de Macau para a China: “O governo chinês começou a investir no ensino do português e nas relações com os países de língua portuguesa. Nessa altura considero que houve um ‘boom’: muita gente a estudar português e muita oferta de cursos. Isso é notório na procura do curso de tradução e interpretação chinês-português, que lutou sempre com falta de candidatos e, hoje, tem uma procura que excede a oferta de vagas”.