Paulo relembra que a sua chegada foi um pouco reticente, assombrada pela imagem injustamente estereotipada da China, diferente da realidade.A descoberta, as peripécias e tudo que aprendeu entretanto, acabaria por se revelar positivo.
No entanto, “ainda hoje, após 7 anos, a comunicação é uma das minhas maiores dificuldades”, disse, salientando os entraves presentesna aprendizagem e no domínio do mandarim.
Do ponto de vista profissional, a China representou igualmente um desafio. Para atingirum sabor compatível com o paladar chinês e português, Paulo admite a necessidade de realizar várias experiências, explicando que “quando eu cozinho, o cliente por vezes pode achar salgado, ou que o pastel de nata está muito doce. Por isso foram necessárias muitas experiências, desde reduzir o sal, a deixar os chefes chineses temperar”.
Influenciadas por culturas distintas, as gastronomias chinesa e portuguesa diferem igualmente em muitos aspetos.Na China prevalecem os vegetais, em Portugal imperao sabor do peixe, exemplifica.
Os chineses têm também uma forma diferente de preparar a carne, realçou. Após um período histórico de grandes dificuldades, os chineses habituaram-se a utilizar carnes mais rijas e secas, que depois de cozinhadas tornam-se tenras, referiu. “Enquanto os portugueses, por exemplo, para estufar a carne, deixam-na estufar lentamente, os chineses, certamente, introduziriam um ou dois métodos de preparação da carne antes de a estufar, para que o processo fosse mais rápido”.
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