BEIJING, 19 de out (Diário do Povo Online) - Beijing espera que a nova medida adotada pelo Tesouro dos EUA não surja como um obstáculo contra um ambiente de investimento aberto, previsível e transparente nos EUA para os investidores chineses, afirmou o Ministério do Comércio nesta quinta-feira.
As autoridades expressaram preocupação com as regras divulgadas a 10 de outubro pelo governo americano, que implementarão revisões mais duras dos acordos de investimento estrangeiro em 27 áreas, incluindo semicondutores, telecomunicações e defesa.
"O ministério está avaliando o potencial impacto das regras sobre as empresas chinesas que vão para os EUA", segundo o porta-voz do ministério, Gao Feng, em uma entrevista coletiva.
Embora se apliquem a todos os países, acredita-se que eles tenham como alvo principalmente investidores chineses, defendem os especialistas.
Sun Chuan, sócio da firma de advocacia internacional Morrison & Foerster, disse que as empresas chinesas podem ser afetadas pelas novas regras do Comitê de Investimentos Estrangeiros nos EUA.
"(As regras) expandem o mandato do comitê para investimentos não controlados ... que podem dar aos investidores estrangeiros acesso a informações técnicas não públicas necessárias para projetar, desenvolver, testar, produzir ou fabricar tecnologias críticas", disse Sun. Isso excluiria informações financeiras.
Também na quarta-feira, o Tesouro dos EUA se absteve de rotular a China como um manipulador de moeda, mas manteve o país entre as nações cujas práticas cambiais exigiam “muita atenção”.
No seu relatório semestral sobre como os países gerenciam as taxas de câmbio e comércio, entregue ao Congresso na quarta-feira, o Tesouro afirmou que nenhum dos principais parceiros comerciais dos EUA foi de encontro aos padrões de manipulação cambial durante os quatro trimestres terminados em junho.
O relatório do Tesouro reclamou que as práticas cambiais da China continuam a ter "falta de transparência", mas o "Tesouro estima que a intervenção direta do Banco Popular da China este ano tenha sido limitada" e a intervenção cambial líquida do BPC foi "efetivamente neutra".
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, reforçou na quinta-feira que a China não usará a taxa de câmbio como uma ferramenta para lidar com as incertezas.