As restrições às empresas chinesas devem aumentar custos de 5G

Fonte: Diário do Povo Online    10.06.2019 09h42

A Europa teria de pagar mais 55 bilhões de euros ($62 bilhões) para as redes 5G e sofrer um atraso tecnológico de dezoito meses se proibisse as compras de equipamento de telecomunicações dos principais fabricantes chineses, de acordo com um relatório industrial.

O relatório da Associação GSM, que representa 750 operadores móveis em todo o mundo, diz Ericsson, Nokia e Samsung, os concorrentes não chineses no mercado 5G, não têm capacidade para lidar com toda a transição das redes 3G e 4G para 5G na Europa, honrando os contratos já assinados na América do Norte e Ásia.

Huawei e ZTE representam cerca de quarenta por cento do mercado da UE, e Huawei é "atualmente uma pioneira na tecnologia 5G", de acordo com a análise GSM, primeiro relatado por Reuters e Agence France-Presse na sexta -feira.

"A proibição dos vendedores chineses reduziria gravemente a concorrência no mercado de equipamentos móveis, aumentando os preços e gerando custos adicionais de desenvolvimento de 5G", afirmou o relatório. Previu que a proibição"conduziria a um desenvolvimento mais lento das redes de 5G na Europa e reduziria a absorção, o que aumentaria ainda mais o fosso de produtividade entre a UE e os EUA".

O presidente norte-americano Donald Trump assinou uma ordem executiva a 15 de maio para proibir a tecnologia e os serviços de "adversários estrangeiros" considerados como apresentando riscos para a segurança nacional. Por conseguinte, o Departamento de Comércio dos EUA adicionou Huawei e 70 afiliados à sua lista de entidades, proibindo Huawei de comprar peças e tecnologia de empresas americanas sem aprovação do governo. Mais tarde, os Estados Unidos concederam um adiamento de 90 dias da proibição.

Na semana passada, Trump e o Secretário de Estado Mike Pompeo continuaram a pressionar os líderes da UE a seguirem o exemplo ou enfrentarem as consequências, como por exemplo por Washington interrompendo a partilha de informações dos EUA.

Muitos na Europa concluíram que os EUA impuseram a proibição de Huawei para reduzir o crescimento da China e manter o domínio tecnológico dos EUA.

Até agora, a Alemanha, a França e o Reino Unido rejeitaram a proibição total de Huawei. A Chanceler alemã Angela Merkel afirmou que as empresas que satisfazem critérios de segurança estabelecidos podem participar em concursos para a construção da rede 5G da Alemanha.

A BDI, a federação das indústrias alemãs, afirmou que "a Europa precisa manter o seu próprio curso" e que a UE decidiria de forma independente quais as empresas que permitiria construir infra-estruturas de rede 5G

Shada Islam, diretora da Europa e geopolítica na Friends of Europe, um grupo de reflexão em Bruxelas, disse que a UE não tomou partido pela Huawei.Temos os nossos próprios interesses e as nossas próprias preocupações, e estamos a expressar-nos com uma crescente auto-confiança no palco global ”, afirmou ela.

Abraham Liu, principal representante de Huawei junto às instituições da UE, afirmou recentemente em Bruxelas que a solução 5G de Huawei é a melhor do mercado e, em grande medida, um produto europeu. É feita sob medida para as necessidades da Europa ”, disse ele. Huawei está operando na Europa há quase vinte anos e tem doze mil empregados lá, 70 por cento contratado localmente.

"Huawei está se tornando vítima de bullying pela administração dos EUA. Isto não é apenas um ataque contra Huawei. É um ataque à ordem liberal baseada em regras."Isto é perigoso", disse ele, como citado pela Parliament Magazine. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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