Comentários de ex-governador colonial de Hong Kong causam indignação

Fonte: Diário do Povo Online    08.07.2019 11h01

Uma declaração de uma pessoa identificada como sendo principal funcionário do Gabinete do Comissário do Ministério das Relações Exteriores na Região Administrativa Especial de Hong Kong refutou o ex -governador britânico de Hong Kong Chris Patten e exigiu que respeite os fatos, saiba seu lugar e deixe de dizer mentiras descabidas e se colocar em situações ridículas.

"O tempo continua passando, mas o Sr Patten parou no tempo, entrega-se a glória desbotada do colonialismo e recusa-se a encarar que já se passaram 22 anos desde que Hong Kong retornou à sua pátria”, disse o funcionário não identificado em declaração no sábado.

Respondendo às observações de Patten sobre Hong Kong num relatório anterior nas mídias sociais, o funcionário afirmou que é vergonhoso e absurdo para Patten, que não foi eleito democraticamente, se considerar um "guardião" dos direitos humanos e da liberdade.

Em um artigo assinado publicado no Financial Times na sexta-feira, Patten escreveu que "o Reino Unido tem todo o direito de discutir com a China o que está acontecendo em sua antiga colônia", e "a liberdade de expressão foi abalada" em Hong Kong.

A declaração afirmava que o povo de Hong Kong não gozou de liberdade ou democracia durante os 150 anos que esteve sob o domínio colonial britânico. Em vez disso, "o povo de Hong Kong, uma vez"cidadãos de segunda classe" durante o período colonial, ergueram-se como seus próprios mestres com direitos e liberdades democráticas sem precedentes de acordo com a lei", disse.

Hong Kong possui agora uma economia com o dobro do tamanho de 1997 e tem sido classificada como a economia mais livre do mundo por mais de vinte anos consecutivos. Hong Kong obteve a 16ª posição pelo seu estado de direito em 2018, até a 60ª posição em 1996, sob o domínio britânico, afirmou. São fatos que nem mesmo o Sr Patten pode negar”, concluiu a declaração.

Em 1º de julho, Hong Kong e a comunidade internacional testemunharam protestos violentos contra uma lei de extradição, incluindo manifestantes invadindo e vandalizando a construção da legislatura da cidade. Patten, no entanto, "fechou os olhos ao crime violento e tentou todos os meios para justificar os infratores", afirmou a declaração.

"Tal conivência com a violência é um ataque ao estado de direito em Hong Kong, em total desconsideração dos direitos e da segurança da grande maioria dos residentes de Hong Kong. Não mostra o mínimo sentido de justiça ou moralidade", dizia a declaração. Reiterou ainda que a Declaração Conjunta Sino-Britânica, muitas vezes citada por Patten para pressionar a RAE e a China de Hong Kong, tornou-se nula quando Hong Kong regressou à pátria a 1º de julho de 1997.

O oficial criticou Patten, o último governador de Hong Kong, por "se sobrepor e colocar em prática tentativas desesperadas de causar problemas para a RAE de Hong Kong e a China em geral" por anos.

No domingo à tarde, um grupo se manifestou contra a lei de extradição, atualmente suspensa, e lançou uma marcha de protesto de Tsim Sha Tsui até a estação ferroviária de alta velocidade de Kowloon Oeste.

O projeto de lei, destinado a tapar lacunas legais no tratamento de fugitivos de Hong Kong, foi suspenso pelo governo a 15 de junho. Nas semanas que se sucederam, a cidade tem vivenciado o povo divergindo sobre a questão, bem como protestos que frequentemente envolvem violência.

A polícia prendeu um número de pessoas relacionadas com a violência e outros atos ilegais realizados durante recentes protestos.

A Secretária de Justiça da Região Administrativa Especial de Hong Kong, Teresa Cheng Yeuk-wah, afirmou no domingo, em uma publicação em um blog, que os comentários e opiniões expressas na comunidade não afetariam o Departamento de Justiça no cumprimento de suas funções judiciais.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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